quarta-feira, 23 de março de 2011

Sexto Sentido

Sentido

Sem sentido

Senti


Sem tí

Sem ter tido


Sem nexo

Só sentido

Sexo sentido.


Por Elita de Abreu, com um toque bene dolce...


quinta-feira, 10 de março de 2011

Mensagens subliminares

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Cada vez mais tenho lido livros infantis, não sei exatamente o que me tem levado a eles, se é o cansaço dos livros adultos de hoje em dia, que não passam de novelinhas da seis ou se é a falta de criatividade das ficções científicas, pode ser também um aviso dos tempos... Enfim, o fato é que esses livros infantis muitas vezes, quase sempre, me surpreendem.
É incrível como há mensagens subliminares sutilmente diretas nesses livros. Hoje o que posto para vcs é uma pérola dessas, que se encontra no livro "Luka e o Fogo da Vida" do autor indiano Salman Rushide ( o mesmo de versos satânicos que foi por anos perseguido, se ainda não o é...). '

"Um ônibus lotado passou levando gente para zona industrial, onde antes ficavam as fábricas de tristeza. As coisas tinham mudado em Kahani, e a tristeza não era mais o principal produto de exportação da cidade, como tinha sido quando Haroun, o irmão de Luka, era menino. A demanda por peixosos tinha caído, e as pessoas preferiam comer produtos mais saborosos de lugares mais distantes, as enguias risonhas do sul, a carne do cervo hope do norte, e cada vez mais as comidas vegetarianas e não vegetarianas oferecidas nas lojas Cheery Orchard que estavam abrindo onde quer que se olhasse. As pessoas queriam se sentir bem mesmo não havendo tanta razão para se sentir bem, então as fábricas de tristeza tinham fechado e se transformado em Esquecimentos, imensas galerias onde todo mundo ia dançar, fazer compras, fingir e esquecer. Luka, porém, não estava a fim de se enganar. Ele queria respostas. "

Aos olhos de um adulto, a crítica a sociedade atual é muito nítida nesse trecho, mas será que também o é aos olhos de um criança e/ou adolescente? Daí o porque de eu intitutá-la mensagem subliminar...
Isso me fez pensar que, afinal, todos os livros infantis são escritos por adultos, portanto no fundo eles são para adultos, são para formarem adultos e talvez isso explicaria essa linda mensagem subliminar...Mas e se os livros fossem escritos por crianças, o que poderíamos esperar? E mais ainda, isso me fez crer o quão revolucionário pode ser um livro...
Imagine, um livro infantil dizendo para o seu filho, de forma sutil e quase mascarada, que não há motivo nenhum para ser feliz all the time, que há mais tristeza que felicidade e esquecer isso não o fará mais feliz de fato, isso o fará um tolo enganado e iludido, que pagará o que for por algo que nunca porderá ter: a felicidade plena. Imagine ainda, que na maioria das vezes os pais se quer sabem o que os filhos estão lendo, pq não leram e muitas vezes tb não tem a menor condição de perceber mensagens como estas. Na boa, essa é a melhor revolução que se pode armar.
Taí, acho que vou me dedicar a escrever livros infantis, deve ser mais fácil criar algo novo que tentar mudar os velhos.
É...livros infantis são para adultos, futuros adultos...Bom, mas isso é papo para uma outra postagem.
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terça-feira, 1 de março de 2011

ECO

Sabe, uma vez eu tava meio cansada da vida, cansada de as pessoas pedirem minha opinião sem de fato querer ouví-la, mas sim querendo ouvir o eco do que pensavam... Então eu decidi que eu iria ler todos os filósofos mais famosos, os quais são bem contráditórios entre sí, para nunca mais dar a minha opnião, mas sim sempre dizer o que eu realmente pensava, ou se fosse o caso de não contrarriar o inquiridor, segundo tal autor, como forma de me poupar.
Ainda estou na escalada dessa meta, mas com o tempo venho observando que na verdade nem isso tem me poupado, pois quando cito alguém, me acham pedante e exibida, e isso me leva a concluir que minha opinião sobre qualquer coisa que seja não tem valor quando questionada, uma vez que as pessoas querem apenas ouvir o seu próprio eco.
Oras, para isso bastava que falassem sozinhas em voz alta!
Tenho atribuído muita força e determinação em não emitir mais opnião alguma, porém, não se pode negar o que se é, e sou como os outros: por mais que me segure, gosto de ouvir o meu próprio eco. Por isso escrevo...

por Elita de Abreu.