terça-feira, 25 de outubro de 2011

É passado a primavera,
promessa de calor.
Este, de fato não chegou.
Acho que tudo acabou.

domingo, 16 de outubro de 2011

Atacama

Ao deserto enfim cheguei,
Com lagrimas nos olhos
Em ver a imensidão
De cores e formas
Que estava por conhecer.

Na beleza do vazio,
A música do vento pude ouvir.
Dancei à luz do sol,
Até ver de suas cores
Estrelas a surgir.

Da secura da terra,
Dos temperos das lagoas,
O frio, o calor, não o morno.
Sensações extremas 
Foi o que senti.

Fui só.
Fui grande.
Fui pequena.
Fui o bastante.
Sou errante.

Diante de tanta adversidade,
A diversidade,
Variantes sotaques,
Diferentes sonhos,
Terra: a Universidade.

Imagens marcantes,
Natureza desconcertante,
Sol, Lua, Vênus.
O céu da noite
Não é o céu do dia.

O balé dos Flamingos,
Brancos, pretos, rojos.
As lagunas e os vulcões,
El Salar y sus ojos,
Aclimatando os corações.


Subindo cada vez mais,
Uma linda vista panorâmica.
Bate a Puna!
Coração saltitante,
Dor de cabeça latejante.

O deserto é para poucos.
O deserto é para loucos.
Muitos vem em busca de sí,
Muitos chegam e perdem a sí.
O deserto está por aí.

Tomei banho de Sal
Para afastar o mal olhado,
Tomei banho de Lua
Para ganhar o amor desejado,
Purifiquei-me nas termas: águas medicinais.

Busquei a cura para minha alma,
Tentei com o vento,
Suas arestas aparar.
Mas que tola fui,
A esqueci em outro lugar...

Foi o corpo quem provou do deserto.
(É ele quem diz o que é certo)
De que adianta o Projeto ALMA,
Se a Razão decide,
Que o Coração é incerto?

E assim vou- me indo,
Da mesma forma que cheguei:
Deslumbrada com o Criador,
Por ter visto que mesmo em tamanha aridez
Há de nascer uma bela flor!

Por Elita de Abreu.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sobre a Lua

Uma Lua desprovida de alma,
Desalmada, não malvada,
Mutante, tem que se adaptar
Para sua caminhada continuar.
Uma Lua que não se permite errar.
Uma Lua de muitas fases ( quantas são?)
Uma Lua passageira,
De pouca duração.
Não é astro, 
Não é nem estrela,
Não tem tem brilho próprio,
Não tem nascer,
Não tem morrer.
Aparece e desaparece á francesa.
É a Lua do trovador,
Que nela pensa quando sente a dor do amor,
Mas que exalta o Sol
Em seus dias de louvor.

Por Elita de Abreu

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Insônia

Não consigo dormir,
Minha alma esta agitada!
Penso, repenso, fecho os olhos e nada.
O quarto esta quente,
Mas o coração sente frio.
Lá fora chove, águas que correm pro rio...
Viro de um lado pro outro,
De cima pra baixo... levanto
Busco no colo materno um encanto.
Ouço passos, barulhos...
Quietinha, ao som da madrugada,
Sigo sem dormir, angustiada.
Recorro à medicina,
Ainda assim, ao sono resisto.
Solidão é o que sinto... Desisto!

Por Elita de Abreu.