quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Frase da Noite XXXXIV

"Você é poeta?
Não, sou a poesia."

Liberdade de expressão

Definição: Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nasdemocracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.1

Uma vez me perguntaram porque eu não fazia um facebook pra divulgar o meu blog. Na hora não respondi nada, fiquei a pensar.
Depois cheguei à conclusão de que não queria que meu blog ficasse assim "popular". Não é uma questão de elitismo, é que eu acho que as pessoas não estão preparadas para o que escrevo.
Tudo o que escrevo, minhas poesias, ensaios, contos, frases e até mesmo as notícias que posto falam sobre mim e exclusivamente sobre mim. São os meus sentimentos, as minhas opiniões, minha vivência, minhas crenças, minhas dúvidas, sou eu refletindo sobre o não eu que me constrói a cada instante.
Divulgo no blog porque quero dividir com algumas pessoas que considero importantes e não se sentem atacadas a cada letra. Faço-o aqui, porque esta é a forma mais fácil, e só por isso. 
E continuarei a fazê-lo, mesmo que mentes mesquinhas e egocêntricas continuem a me interpretar mal. É a minha liberdade de expressão, é á sua também.
Mas sabe o que me incomoda, ou melhor, me intriga?
É que os que se sentem "atacados", "destruídos", "difamados" (como eles dizem se sentirem), estão sempre ali no blog pra conferir se foram mencionados novamente, por quê?
Eu acho que sei a resposta...
Fiquem tranquilos "vítimas", vou continuar escrevendo, independente de vcs. Mas não pra vcs, nunca foi pra vcs!
Mas podem continuar aparecendo e manifestando o seu recalque.
Sejam bem-vindos à liberdade de expressão (se é que sabem o que isso significa...)

"Nunca havia provado um doce tão amargo. Menos mal que foi só uma prova e não todo o regalo"

Frase da Noite XXXXIII

Meu único e maior inimigo sempre foi eu mesma.
O resto são obstáculos.
Não preciso destruí-los.
Basta contorná-los para que eles se sintam destruídos
Essa é a natureza humana.

O Silêncio

Eu perguntava
e ninguém me ouvia.
Ninguém me ouvia?
Ouvia sim!
Ouvia, mas não respondia.
Então eu perguntava de novo
e de novo
e mais uma vez.
Porque não respondiam?
Eu era objetiva:
Sim ou não?
Nada...
Silêncio,
e nada mais,
era o que ouvia.
Nada mais?
Nada mais uma ova,
aquele silêncio mais do que dizia,
Berrava!
Mas berrava sim ou não?
Era só esta resposta que eu queria.
Nem sim,
Nem não.
O silêncio era a voz do descaso!
Do descaso?
Sim e também da ignorância.
Eles não podiam dizer nem que sim,
nem que não,
porque não sabiam a resposta.
E porque não dizem,
simplesmente,
Não sei.
Por que esse silêncio?
Porque não é simples dizer não sei.
É sim!
Não é não!
Você queria um sim ou não,
não sei não é nenhuma das duas.
Então o silêncio era a procura do sim ou do não,
para que minha resposta seja dada com exatidão?
Não!
O silêncio é um teste.
Que teste?
Um teste para ver se você desiste de obter um sim,
ou um não,
e ninguém mais tenha que se preocupar em dar uma resposta.
Eu não vou desistir.
Vou perguntar a outro.
Mas e se ninguém responder?
Você terá o silêncio de novo!
Sim disso eu sei.
Veja bem, o silêncio nem é tão ruim.
As palavras não ditas também dizem alguma coisa...
Bastante coisa!
E pensando assim,
o silêncio é até melhor que um eco.
Deus me livre ouvir como resposta um eco
Por quê?
Porque estariam me devolvendo a pergunta.
Então responde e acaba de vez com tudo isso.
É que...
Eu não sei a resposta,
ou melhor,
não sei qual resposta quero ouvir.
ainda não decidi se quero ouvir um sim,
ou um não.
Então está explicado o porquê do silêncio.
Qual, você sabe?
Sim, você também.
Eu?
Oras, eu não sei não!
Por que acha que estou tão agonioada?
Justamente porque você sabe a resposta,
mas não quer aceitar.
Pare
Escute
... (silêncio)
Outra vez!
... (silêncio)
Viu o que ele diz?
Sim, acho que ouvi.
E o que foi?
Um sim
ou um não?
Nenhum.
Ele disse...
Toca pra frente!

Por Elita de Abreu, em 28/01/2014.





Frase da Noite XXXXII

Em uma lojinha...

"Mom, I cannot find anything with my name! (the child)
Oh baby, that is because your name is not commom. (the mom)
Yeah, unless you be famous you'll never find your name on things! Hahaha (the annoying and realist brother)"

Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas me senti exatamente no lugar da criança... 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

TPM

De repente ela chega
Não dá avisos claros
Apenas sutis mensagens
Nunca sei se será branda
Depressiva
Ou explosiva
A espero a cada ciclo completo de rotação da Lua
Mas às vezes ela simplesmente não vem.
Houve épocas,
Um período grande até,
Quando eu era feliz e não sabia
(A gente nuca sabe deste até provar daquele)
Que nem a conhecia mais
Diziam que era coisa de aquariana (que sou)
Mas antes disso ela me castigou
Enxaqueca,
Cólicas,
Desmaios,
Mas o humor não mudava não
Diziam que era coisa de menina moça (que não mais o sou)
Agora ela anda tal como a natureza a define
Nunca se sabe o que vai vir
Cada ciclo uma surpresa
E eu não tenho o menor controle
Dizem que é coisa de mulher (não tenho como negar!).

Por Elita de Abreu (19/01/2014).

sábado, 11 de janeiro de 2014

Vergonha, Compaixão e Impotência...

Eu apoio está causa e também sinto muito... Sinto muita vergonha pela (in)justiça do meu país, muita compaixão pelo sofrimento de Heberson e muito impotente, pois não posso mudar o mal que já foi feito!

Ouvi na rádio sobre este caso pouco antes de me mudar para os Estados Unidos. Lembro o quanto eu é meu marido ficamos chocados e das lágrimas que escorreram em meu rosto por imaginar (e acho que nem consegui)  o que esse rapaz deve ter sofrido. Tenho vontade de biografá-lo, para mostrar pro mundo a face feia do nosso país, para fazer de Heberson um herói e não só mais uma vítima! Torço para que ele se "liberte" e seja feliz, apesar de tudo.

Heberson, eu sinto muito.

Heberson,
Nem sei como te dizer isso. Tateio pelas palavras certas há horas – elas me escapam. Claro que você já foi avisado e até leu no noticiário local, mas eu queria pedir desculpas. O governo do Estado do Amazonas questionou o valor da sua indenização. É, eles acham R$ 170 mil um valor muito alto pelos quase três anos em que você passou na cadeia, acusado de um estupro que não cometeu. Querem pechinchar pelo vírus HIV que infectou o seu corpo após os abusos sofridos atrás das grades. Seu sofrimento está “caro demais” para os cofres públicos. Como se algum dinheiro no mundo pudesse apagar o que você viveu.
Até hoje, como naquele dia em que te entrevistei, sinto minhas tripas se revirarem. Lembro de você contando que tinha 23 anos e trabalhava como ajudante de pedreiro na periferia de Manaus quando o crime aconteceu. Uma menina de nove anos, filha de vizinhos, havia sido arrastada para o quintal durante a noite e violentada. A família o acusou de tamanha brutalidade e a delegada expediu um mandado de prisão provisória para investigar o caso. Você, que não tinha antecedentes criminais. Você, que divergia completamente do retrato-falado. Você, que estava em outro lado da cidade naquele horário. Mas você é pobre, Heberson. Pobres são presas fáceis para “solucionar o caso” e atender o clamor popular. As vozes que te xingaram ainda ecoam?
“Eu morri quando me fizeram pagar pelo que não fiz”, você disse, me matando um pouco também sem saber. Em tese, por lei, você não poderia ficar mais de quatro meses aguardando julgamento na cadeia. Sua mãe, desesperada, pegou empréstimos para bancar advogados particulares. Mesmo sem comida em casa, a dor no estômago era por justiça. Não dava para contar com a escassa quantidade de defensores públicos no país (embora, depois, a doutora Ilmair Faria tenha salvo o seu destino). Enquanto ela se rebelava aqui fora, você se resignava com os constantes abusos sexuais de que era vítima. Alegar inocência sempre foi a sua única arma. De que forma lhe deram o diagnóstico de Aids?
Sabe, querido, eu gostaria de ter presenciado o parecer do juiz na audiência que demorou dois anos e sete meses para acontecer. Deve ter sido um discurso bonito. Juízes usam frases empoladas, especialmente para se desculpar em nome do Estado por um erro irreparável. Onde estava a sua cabeça no momento em que ele declarou que você estava “livre”? Porque eu me pergunto como alguém pode supor que liberta o outro de suas memórias, de suas dores, de sua desesperança, de uma doença incurável. Você continua preso. Tanto que passou anos sem conseguir emprego por causa do preconceito e perambulou pelas ruas sob o efeito de qualquer droga que anestesiasse a realidade. Livre para ser um morto-vivo.
Na sala do meu apartamento, há um troféu de direitos humanos que ganhei por trazer à tona sua história. Olho para ele e enxergo a minha impotência. E os ossos saltados da sua pele. Com vinte quilos a menos, as suas roupas parecem frouxas demais – quanto você perdeu além do peso corpóreo? Imagino se a Procuradoria Geral do Estado (PGE), que negou o pedido da sua indenização, sabe das suas constantes internações decorrentes da baixa imunidade. Será que alguém abriu a porta da sua geladeira e descobriu que, muitas vezes, você passa um dia inteiro tendo se alimentado de um único ovo? Ou será que eles se restringem a documentos e números?
Não consigo deixar de pensar que você foi estuprado de novo. Pelas canetas reluzentes de quem toma essas decisões descabidas. Você levou sete anos para ressuscitar a sua determinação e cobrar os seus direitos. Em parte, motivado pelo apoio das 23 mil pessoas que aderiram a uma campanha virtualpela sua história. Toda semana recebo mensagens de gente querendo saber sua situação, se oferecendo para pagar uma cesta básica ou dar assistência jurídica. Recentemente, um professor criou um grupo que mobilizou mais de mil cidadãos para ajudá-lo até com despesas de medicamentos. Minha última pergunta (eu, que não tenho respostas) é: O que mais nós podemos fazer por você, já que o Estado não faz?
Que o meu abraço atravesse a geografia entre São Paulo e Manaus.
Sinto muito, querido.
Nathalia Ziemkiewicz
UPDATE:
1. Muito obrigada a todos que estão ajudando na repercussão do caso. Não consigo responder um a um, mas tenho lido todos os comentários.
2. Na segunda-feira, Heberson abrirá uma conta bancária e vou colocar os dados aqui para quem puder colaborar.
3.  Em maio do ano passado, eu criei uma campanha virtual na Change. O link está no texto, quando cito as mais de 23 mil pessoas que aderiram. Basta clicar.
4. Heberson está solto, em casa, recebe atendimento psicológico de uma voluntária. Ele está muito emocionado com o apoio geral e parece que conseguiu emprego. Ainda precisa de ajuda com alimentação e remédios.  O professor de direitos humanos João Batista Nascimento  está à frente de um grupo, em Manaus, para dar suporte a Heberson e pressionar as autoridades.
manaus
Manaus, agosto/2012 – Heberson Oliveira se encontra comigo e com sua defensora pública Ilmair Faria.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Frase da Noite XXXXI

" A vantagem em sentir-se culpado, e única vantagem, é saber que seja lá o que vc fez, fez porque o quis. A culpa é a mais pura e autêntica expressão, apesar de dolorosa, de liberdade do Ser. Não sente culpa aquele que não faz jus ao seu direito de ir e vir e intervir se assim o quis."