terça-feira, 17 de novembro de 2015

A despedida

Última noite antes da partida
Se vai voltar?
Não se sabe
O destino é quem dirá
Tem passagem de volta?
Isso tem
Mas nunca se sabe
Quem está só de passagem
E quem chegou para ficar
Nos encontramos para nos despedir
Não tínhamos nada planejado
Nunca houve planos para nós
A despedida por sí só surpreendeu
Não tivemos a última transa
Nem a última noite juntos
Nem juras, nem lágrimas
Nem saudades...
Fomos alí pro bar da esquina mesmo
Falamos sobre a vida
Em seu contexto mais geral
Sobre o aqui e agora
Sem nos remeter ao passado
Nem nos projetar no futuro
Não teve nem a segunda rodada
O tempo estava curto
O cansaço acumulado
Mas teve espaço para dar tchau
No final um simples beijo
E um até mais
Mesmo incertos de que haverá mais
Não trocamos outros meios de contacto
Porque eu prefiro lidar com fatos
Hipotetizar o que poderia ser
Não faz parte do meu viver
Ele vai
E eu não sei se volta
Mas nada disso importa
Quando o que se teve foi bom enquanto durou

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quando a expectativa sai de cena, o destino chega para brincar com suas linhas tortas. Eles se encontraram quando nenhum dos dois já esperava mais nada. Era o final da festa, meio da pista de dança. Probabilidade mínima, diversão máxima.
Eles trocaram telefone e não beijos, como era o esperado dessa história. E sabe, ainda bem que isso aconteceu. A gente romantiza demais o encontro de dois desconhecidos dispostos a se conhecerem melhor. Se rolasse beijo, poderia rolar expectativa. Se rolasse sexo, poderia rolar promessas em vão. Ainda bem que rolou uma troca de telefone sutil. Um nome errado seguido do número certo. Ela trocou a ordem das coisas. Talvez fossem aquelas doses extras de uísque.
Foram embora para lados destintos, tomaram o café de manhã do domingo em suas padarias preferidas com amigos queridos. A vida seguiu o rumo que tinha que seguir. Um encontro sutil, numa festa de arromba. Naquele mesmo domingo, depois de algumas horas de descanso, uma mensagem desconhecida. Uma leve lembrança. Um sorriso. Mesmo quando a gente já não espera nada, a vida surpreende.
Talvez fosse aquela nova chance que ela havia pedido em suas orações. Talvez fosse só a vida brincando de deixar ela feliz em pleno domingo. Lição dada é lição aprendida: nunca duvide do destino. Ele não vem carregado de expectativa, mas traz dentro da mochila novidades para serem bem vividas.
E talvez seja dessa maneira sutil que a vida chega trazendo boas surpresas. A gente tem essa maneira besta de achar aquilo que estamos procurando, quando na verdade, tudo aquilo que chega sutilmente acaba sendo algo de muito mais valor. Tipo aquela sensação de achar uma nota de 2 reais no bolso da calça, boba, mas tão feliz.
Deixe a vida te levar, menina. Aprenda com as sutilezas.



Dona Oncinha Pintada
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sábado, 26 de setembro de 2015

Pensamentos soltos numa mente presa - 19

"A paz é uma conquista obtida por meio da resolução de divergências e não uma ausência de conflitos."

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Happy Pills

I was disillusioned
With my  bare feet on the ground
There was no happiness or love
Through the horizon I was looking for
When saw you there
Smiling at me

And I must to confess
I hated you at first time
I couldn't barely listen to your voice
But then you offered me happy pills
The first trial was for free
As it is suppose to be

The feeling was so good
I forgot to remember it was just a pill
I put the reason aside
And asked for another one
And another
And another...

You got me addicted
You fooled on me
You played with the illusion I created
Under the effect of those happy pills
You made me believe that
They were for real

And you kept offering more and more
Even when I didn't ask for
But them you run out of them
And as coward
You've been hiding of me
Since then

I know you can not look into to my eyes
And see the happiness is still there
I know you couldn't stand to realize
I never really needed your happy pills
I know that you know
You are not a man for real!


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Você já parou pra não pensar?

Excelente texto do querido amigo Mauricio Redaelli

Eu queria ser capaz de silenciar todo esse ruído mental, que me distrai e me afasta da minha essência.

Eu gosto de imaginar que eu vivo dentro de uma bolha de sabão bastante reflexiva, mas que deixa passar alguma luz de fora. Quando eu olho em qualquer direção, eu vejo uma imagem misturada do mundo com o meu reflexo – e ele raramente tem a minha forma original. São projeções distorcidas pelo ego e pelas expectativas, sempre capazes de me iludir, sempre flertando com a minha eterna vontade de ser iludido. E tudo o que constitui essa sofisticada casca esférica é o meu pensamento.

Essa bolha me isola do mundo, porque eu não o sinto inteiro através de um filtro tão complexo. Essa bolha me isola de você, porque você também vive na sua sofisticada casa redonda.

Seguindo essa ideia maluca de como funciona o nosso pensamento, é simples concluir que todos nós estamos isolados uns dos outros. O que eu vejo de você é uma projeção de si na sua própria bolha, cuja imagem distante chega fraca e sem foco na minha bolha. Essa imagem somente será percebida por mim depois de ser filtrada e convoluída com tudo o que eu projeto na minha própria tela esférica de sabão e ilusões. Pra mim você praticamente não existe como essência, como ser único e pleno, embora eu goste de pensar que sim. E eu realmente gosto, não pense que é só da boca pra fora. Mas é essa vontade de tornar você real e próximo e inteiro que me afasta de quem você realmente é.

E eu? Bom, eu também praticamente não existo como essência enquanto estiver viciado em pensar.

Todo esse ruído mental me desconecta de mim mesmo, exceto quando paro de pensar – mas parece impossível controlar essa chave de liga e desliga. Felizmente, ela pode ser acionada automaticamente, como quando praticamos esportes absurdamente radicais, quando estamos no ápice do prazer sexual ou quando usamos certas drogas. E certamente há outros momentos inimagináveis em que paramos de pensar e nos sentimos incrivelmente bem – momentos extrememanete viciantes. Mas há meios mais sutis de conquistar toda essa paz mental, como a meditação. E há uma construção de hábitos mentais que nos acalmam a um ponto quase tão prazeroso quando o silêncio, e que nos colocam de frente para a vida cheios de energia, despidos de medos e culpas, com aquela aceitação gostosa de que só existe o presente – e não há nada melhor do que viver inteiro no presente.

Pensamentos soltos num mente presa - 18

"...é essa mania de ser represa o que nos leva à inundação de todo o resto." - Mauricio Redaelli.

The Road Not Taken

Robert Frost, 1874 - 1963

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,

And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.

I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Feliz, simples assim...

Eu acho que a gente sofre dessa obrigação de ser feliz
De ter um final feliz
De ser feliz pra sempre...
E aí a gente esquece de simplesmente deixar a felicidade acontecer
De ser feliz agora e não só no fim
De perceber e agradecer que a felicidade existe quando na ausência dela...
E a gente também padece de não se sentir completos
E dessa mania de querer completar os outros.
Aí a gente esquece de ser inteiro
De se doar por inteiro
De querer o todo
E não só as partes que nos caem bem
Esquece as operações básicas de somar
E muitas vezes até mesmo subtrair
Só pensa em dividir
E em multiplicar
Fica fissurado na união,
Quando o bom mesmo é a intersecção
Pois quando a gente adiciona ao vazio
Ele deixa de ser vazio
E se tira do cheio
Ele deixa de ser cheio
Mas se o dividimos ou o multiplicamos
Eles ainda são o que sempre foram,
Vazios e cheios e sós...
Porque meio vazio também é meio cheio
E se é vazio e cheio ao mesmo tempo 
Então está completo!

Pensamentos soltos numa mente presa - 17

"More no seu amor próprio, pois é complicado morar de aluguel em corações alheios." - Zack Magiezi.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que amor não é acionado nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável."

Martha Medeiros

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Pensamentos soltos numa mente presa - 15

"Uma das contradições mais graves que carregamos é esta: gostamos de ser únicos e originais, mas esperamos que todos pensem como nós e até que sintam o que sentimos." - Flávio Gikovate

terça-feira, 21 de julho de 2015

É preciso ir embora

Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, que a vida segue, com ou sem você por perto. Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver. É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo. Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, nem sua empregada, nem ninguém. Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo – novidade para quem sofre deste mal: ninguém é insubstituível ou imprescindível. Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim! Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo! O sentimento não muda. Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario, você estando aqui ou na Austrália. Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem. Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir. E não se preocupe, pois o filtro é natural. Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”; ou “porque tá tocando a nossa música” ou “então comprei uma passagem” ou ainda “desce agora que tô passando aí”.
Então vá embora. Vá embora do trabalho que te atormenta. Daquela relação que você sabe não vai dar certo. Vá embora “da galera” que está presente quando convém. Vá embora da casa dos teus pais. Do teu país. Da sala. Vá embora. Por minutos, por anos ou pra vida. Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo. Quanto voltar – e se voltar – vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.
As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir. Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são – do tamanho de formigas.

Por: Fabrício Carpinejar via Engenheiro Andarilho.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

sexta-feira, 10 de julho de 2015

quinta-feira, 9 de julho de 2015

VOCÊ PERDEU A MENINA DA SUA VIDA

PUBLICADO EM LITERATURA POR 

Você perdeu a menina que viajaria de ônibus pra te encontrar em um bairro que ela nunca ouviu falar, que depositaria todas as fichas só pra que esse amor que ela sentia por você desse certo. Uma menina que se molharia na chuva só pra te dar um pouco mais de espaço debaixo do guarda-chuva, que estaria disposta a te acalmar em um abraço, a cuidar de você como sempre quis ser cuidada. Uma menina que, outro dia, depois de mais um engano, disse que definitivamente daria um tempo pro amor, e então te encontrou e a promessa não fez mais sentido. Ela iria lembrar o dia do teu aniversário e iria colocar nos lembretes importantes do celular só pra não esquecer de te preparar uma surpresa. A menina que, ao se despedir de você, passaria um tempo pedindo pra que você chegasse em casa bem e só dormiria tranquila ao ouvir a tua voz dizendo: Já cheguei amor.
Você perdeu a menina que te passaria protetor solar - com as mãos mais macias que você já sentiu - quando vocês estivessem em uma daquelas viagem pro litoral -, e nem se importaria com os saradões de sunga branca que estivessem passando por ali. Você perdeu a menina que levaria remédio na bolsa porque antes de sair de casa você deduziu que talvez fosse ficar gripado. Você perdeu a menina que nunca teve medo de cortar o cabelo, nunca teve receio de mergulhar de corpo inteiro, que trocaria o vinho francês por uma cerveja, que sussurraria em teus ouvidos no silêncio do quarto, vestiria a sua cueca com cor de mostarda e sairia andando pela casa pra te provocar, e vestiria a sua regata como roupa de dormir. Ela iria topar acampar com você, tomar banho de rio, iria te deixar tranquilo e te ensinaria a não ligar tanto pro que os outros pensam. Ela iria te encorajar a finalmente ir na montanha russa, a provar pimenta no almoço e te ensinar a jogar baralho levantando só a sobrancelha direita. Mais do que sua parceria, ela seria sua companhia, seu conforto nos dias difíceis e sua morada. Você perdeu a menina que nunca escondeu os seus defeitos, que te daria dicas de moda e que, finalmente, falaria na tua cara que bermuda cargo e camisa polo listrada não combinam.
Você perdeu a menina que iria sorrir de você, com você e pra você. E mesmo que as coisas não dessem certo, ela estaria com você no final do dia. Talvez, o seu medo foi perceber que ela não faria tudo por você, que não viveria só pra você e nem atenderia todos os seus caprichos, porque no final das contas, ela não estaria sendo ela e quando percebesse a tamanha burrice que é viver a vida do outro e esquecer da própria vida, ela deixaria de te completar, porque tudo o que ela pretendia, na verdade, era somar. Ela iria te enxergar lentamente enquanto todas as outras pessoas te enxergariam rápido demais. Ela encostaria o seu mundo ao teu, esqueceria CD's, brincos, pulseiras e sandálias na sua casa só pra depois ter motivos pra voltar, dançaria com a tua tia na festa de aniversário do teu sobrinho de 4 anos. Ela te beijaria a testa com ternura, te roubaria vários beijos, você estando acordado ou dormindo. Ela te faria cafuné mesmo sabendo que você odeia que bagunce o seu cabelo, apertaria as suas bochechas e a sua bunda de vez em quando só pra ver você olhar com uma cara abusada pra ela. Ela seria o teu melhor sorriso ao acordar pra um café da manhã com pão francês, iogurte e cereais. Ela iria ameaçar chutar o teu saco quando você falasse bobagem e iria rir da cara de dor que você faz mesmo sem tê-la sentido. Ela iria te olhar de todos os ângulos, aceitar os teus defeitos internos e os físicos também. Ela iria sustentar o mundo com um só sorriso, te faria esquecer os problemas com um só olhar, nem que fosse enquanto estivesse ao lado dela.
Você perdeu a menina que iria se despojar no teu sofá, que te doaria o colo, te olharia com tamanha doçura, deixaria a escova de dentes ao lado da tua e quando você menos esperasse, iria te surpreender no almoço do sábado com um receita que aprendeu no Youtube. Você perdeu a menina que te faria perceber o quanto teu mundo mudou pra melhor desde que ela resolveu entrar. Você perdeu a menina da sua vida.


© obvious:  http://lounge.obviousmag.org/iande_albuquerque/2015/06/voce-perdeu-a-menina-da-sua-vida.html#ixzz3fMLgJp00 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

segunda-feira, 8 de junho de 2015

terça-feira, 2 de junho de 2015

Entrevista exclusiva Zygmunt Bauman

Veio bem a calhar com a minha atual situação, minha nova e velha forma de ver e viver a vida... Merci pour le conseil mon ami Maurice!



   

domingo, 24 de maio de 2015

Arrebatador

Ele chegou assim, de supetão
Foi logo puxando uma cadeira,
Abrindo a porta da geladeira
Cheirando meu cangote,
Me botando no colo,
E me chamando de mulher.

Se aninhou no meu coração
Me fez perder as estribeiras
Me passou uma daquelas rasteiras
E olha que não sou de fazer fricote
Mas fiquei sem folêgo
E me senti viva outra vez

Enebriada daquela emoção
No vai e vem dos corpos em ritmo de capoeira
Minhas defesas desceram a ladeira
A paixão já tinha dado o seu bote
Estava totalmente entregue
Queria ser sua e de mais ninguém

Mas aí veio a confusão
Ele foi me deixando assim, de forma sorrateira
Me lagou sem eira nem beira
Entregue à própria sorte
Ele vai seguir em frente, vai tocar a vida
E eu mais uma vez fico pra trás, deixando a vida me levar.









quinta-feira, 14 de maio de 2015

terça-feira, 12 de maio de 2015

A separação

E é assim que a promessa de Felizes Para Sempre acaba
Cada uma pega as suas coisas,
O que tem de mais valor,
E coloca dentro de uma caixa.

Anos e anos de convivência,
Sentimentos que não cabiam em si,
Mas no fim, vai tudo pra uma caixa,
Que será esquecida num canto.

Anos irão se passar sem que esta caixa seja aberta,
Se é que um dia irá.
Aquela foto, esbanjando felicidade,
Ficará no fundo, virada pra baixo, que é pra não doer.

A primeira rosa,
Seca entre as páginas de um livro,
Do seu livro predileto,
Este também irá pra a caixa e nunca mais será aberto.

E de repente não passamos de dois estranhos,
Entulhando as coisas vividas,
Desentulhando os sentimentos,
Abrindo espaço para o novo, que ainda acreditamos que virá.

Prometemos guardar apenas as boas memórias,
As boas lembranças,
E jogar fora tudo o que dói, doeu, ou doerá
Afinal, nos amávamos e era pra ser pra sempre.

E depois de se desfazer de tudo o que se teve,
De tudo o que se viveu,
E achar que o vazio tomaria conta,
Vem a pontada no peito

Onde vou guardar os planos não realizados,
As coisas boas que não vivemos,
Os sonhos que sonhei pra nós dois,
O final feliz que nos esperava?

Em qual caixa guardo as memórias que não existiram?
Em que canto deixo esquecido o futuro impossível?
Como me livro da dor de não ter sido?
Como se convive com um amor que não era infinito?

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Significando

Enquanto todos procuram um significado
Amelie procura o significativo
E em meio a perguntas clichês:
Qual o significado da vida?
O que significa o amor?
E definições banais:
Viver significa errar
O significado do amor é sofrer
Amelie aparecia completamente indefinida
Virava e mexia dizia:
Minha infância foi a parte mais significativa da minha vida
O primeiro amor é muito significante pra uma menina
Isso quando não se atrevia:
Se o erro não for significativo, não faz o menor sentido
Se o amor não doer nem um pouquinho, então foi insignificante
Mas o melhor mesmo era quando ela dizia:
E pra você, tenho significado ou sou significante?


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Previsão do tempo - II

Eu achei que ia chover
Recolhi a roupa do varal
Coloquei as cadeiras pra dentro
Mandei as crianças brincar no quarto

Eu achei que ia chover
O céu estava nublado
Fechei as janelas da casa
E desliguei a TV da tomada

Eu achei que ia chover
Que o trovão me deixaria assutada
Que passaria o dia todo dentro de casa
Até que chuva decidisse passar

Eu achei que ia chover...
Mas oras, que importa se vai ou não chover?
Quero mais é brincar na chuva
Ficar com a roupa toda molhada

Tomara mesmo que chova!
Vou andar pela rua descalça,
Colocar barquinhos de papel na enxurrada,
E cantarolar e dar gargalhadas.


Previsão do tempo

Eu achei que ia chover
Uma chuva fina, calma, gelada
O céu, há muito encoberto,
Merecia voltar a ser descarregado
Todos já estavam cansados desse tempo nublado.

Eu chovia por dentro,
Gostas de ressentimentos,
Planos se esvaindo pela enxurrada de lágrimas,
Sonhos que nunca foram regados
A chuva era bem vinda.

Eu achei que ia chover
Um aguaceiro de março
Uma tempestade
E raios e Trovão
E Katrina, por que não?

E enquanto todos tentavam fugir
Eu ali ficava
Apreciava o céu escuro
As nuvens carregadas
A destruição anunciada

Eu achei que ia chover
Um desses dilúvios divinos
Que lavam a alma e a terra
E varrem a dor  e a maldade
Que dá esperanças á humanidade

Mas cadê que chovia?
Mais uma previsão do tempo que falhara
Mais um chove não molha que me maltrata
Vai ver que são só meus olhos cheios dágua
Vai ver que no olho do furação não acontece mesmo nada


terça-feira, 14 de abril de 2015

Pensamentos soltos numa mente presa - 10

" A morte, muitas vezes, mente - quando se imagina que uma pessoa morreu, ela continua viva na memória, nas conversas, nas decisões" -  Eduardo Galeano.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Com quantas palavras se diz eu te amo?

Nunca me dera um abraço,
Nem mesmo de despedida.
Não vi lágrimas nos olhos 
Nem cara de ressentida.
Não disse vai
Nem disse fica
No dia da mudança,
Nem ali estava Rita.

E eu que dela gostava tanto
A chamava de fada madrinha
Enquanto ela organizava a minha casa
Eu tentava organizar a minha vida
Toda sexta-feira ouvia o seu bom dia
Mesmo que fosse um péssimo dia
E ao fim dodia ela se ia
Mais uma semana, menos uma visita

Eu falava Rita senta na mesa
Não quero comer sozinha
Mas ela se recusava
Tinha que terminar a faxina
Das poucas vezes que me ligou
Nunca disse que estava com saudades
Mas sempre que algo quebrou
Rita e sua honestidade, era uma coisa linda!

Passados alguns anos então
Me pego a perguntar: Como estará a Rita?
E então envio um cartão
Com algumas palavras bonitas
Dizem que sua reação foi: Ela ainda se lembra de mim!
Outros a viram chorar escondida
Ela nunca o respondeu
Essa é a minha Rita querida.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sobre a incoerência dos argumentos

Até onde eu saiba, de acordo com a nossa lei roubar é crime e ponto final.
Até onde eu saiba também, não há nenhum artigo, parágrafo ou emenda que diga que roubar é menos crime, ou deixa de sê-lo, por que outros roubavam/roubam/roubarão também.
Aliás, até onde eu sei, a reincidência em um mesmo crime, no caso estamos falando de roubo, torna-o mais grave.
Portanto, concluo assim que o argumento, quando da acusação de corrupção flagrada recentemente na Petrobras onde o PT, PMDB e PP estavam roubando 3% em projetos de licitação, de que na época do PSDB eram 9%, além de não passar de uma suspeita (sim, porque não foram apresentadas provas como o foram no caso agora do Petrolão) é infundada e sem prerrogativa legal nenhuma.
Na verdade, quando alguém vem com esse argumento o que eu entendo é: se o PSDB roubou, o que repito é só uma suspeita é carece de fatos, o PT assim também o pode fazê-lo, com um atenuante de que agora roubam 3% e não 9%, lembrando que o último é só uma suspeita. E mais, isso me faz interpretar que, de acordo com essa regra sem fundamento nenhum, qualquer um que venha subsequentemente poderá roubar, já que os anteriores assim o fizeram e que o crime de roubo (sim, porque embora os partidários neguem que seja um crime, perante a lei ainda o é) será atenuado caso roube-se menos percentualmente falando.
Ora pois, mas que argumento mais fraco esse!
Veja que não se trata de uma questão partidária e sim de lógica.
E desculpa, mas Robin Hood era ladrão sim!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Banco da Vida | Tempo

Texto original interpretado Nelson Freitas.
*Adptações Rafael Queiroz

Imagine se você tivesse depositado na sua conta de Banco, todos dias, o valor de R$ 86.400,00. Dinheiro que você teria que gastar durante o longo do dia, porque no final do dia sua conta seria zerada e no dia seguinte: Mais R$ 86.400,00 seriam depositados

Todo nós somos clientes desse banco chamado tempo. Deus nos dá 86.400 segundos por dia para vivermos da melhor maneira possível. Amando. Aprendendo. Ensinando. Caindo. Levantando. VIVENDO!!!

E pra saber o valor de um ano você pergunta a um garoto que repetiu de ano. Pra saber o valor de um mês você pergunta a uma mãe que teve uma criança prematura. De uma semana, o editor de um jornal semanal. De um dia, pergunte a pessoas que têm tarefas árduas nesse dia. Uma hora pergunte ao casal de amantes que não veem a hora de se encontrar. Pra saber o valor o valor de um minuto a quem perdeu um avião, o valor de um segundo quem conseguiu evitar um acidente de trânsito. Pra saber o valor de um milésimo de segundo pergunte para um atleta que ganhou medalha de prata em uma olimpíada.

Por isso, não desperdice seu tempo ele é o seu bem mais precioso e é com ele que você vai compartilhar com as pessoas que você ama: seus filhos, suas esposas, seu maridos, suas mulheres, seus avós e a gente só se dá conta quando a gente perde... dizendo: "Ah! Mas eu tinha tanto beijo pra dar. Eu tinha tanto abraço..."

A gente tem que viver o agora. Não adianta a gente pensar que lá no futuro ou porque lá no Éden alguém fez algo errado, ou porque outro vem e coloca 200 bombas por que vai garantir 300 virgens pra ele pegar quando morrer.

O importante mesmo é o agora, pois o ontem é história, o amanhã é mistério e o hoje é uma dádiva. Por isso que se chama presente ... Presente de Deus.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

O que deveríamos aprender para o nosso dia a dia com o caso do Lava-Jato

Eram três da matina quando o telefone de Célia tocou. Não assustou nem nada porque estava num sono leve aguardando o filho que tinha ido à balada com os amigos. Na verdade ela acordou achando que o filho novamente esquecera a chave.

- Alô Mãe?
- Oi filho, você esqueceu a chave, eu já estou indo abrir...
- Mãe estou na delegacia, tem como a senhora vir aqui e pagar a minha fiança?
- O que?!
- Você tem que vir aqui senão vou passar a noite preso.
- Mas por quê, o que aconteceu?
- Vem pra cá mãe, eu só tenho cinco minutos de ligação.
- Tá estou indo. Avisou seu pai?
- Não, de jeito nenhum... Deixa ele fora disso. Ele vai me matar quando souber.
- Está bem, estou indo.
- Valeu mãe.

Célia arrumou-se rapidamente e quando estava para sair pensou: Vou ligar pro Alberto. Mateus vai me matar, mas num cabe a uma mulher andar sozinha a uma hora dessas da madrugada, ainda mais pra ir à delegacia. O Alberto é pai dele, tem que comparecer.

- Alô?
- Alô Alberto, é a Célia. O Mateus foi preso. Preciso que você passe agora aqui pra me buscar e irmos à delegacia saber o que aconteceu.
- Han? O quê? Que horas são?
- Vai Alberto, anda logo. O menino deve estar desesperado, nem queria que eu te ligasse.
- Tá to indo.

20 minutos depois...

- Que demora hein Alberto?
- Você queria o quê? São mais de 3 da manhã, trabalhei até as dez fazendo serão. Tava no sono dos justos quando você me ligou. Que que esse moleque aprontou dessa vez?
- Não sei Alberto, ele só tinha 5 minutos de ligação. Pediu pra eu ir lá pagar fiança.
- Tá sozinho?
- Não sei.
- Deve tá com aqueles moleques do Pedro. Já falei pra ele num andar com aqueles meninos, mas ele num me escuta. O s meninos são muito velho pra andar com ele. Além do mais já soube que andam aprontando.
- Chegando lá a gente vê.
- Mas você não sabe de nada hein?! Ele é seu filho.
- É seu também.
- Mas você é a mãe.
- E você é o pai, é o seu exemplo que ele vai seguir. E chega dessa conversa que não vai levar a lugar algum. A gente nem sabe direito o que aconteceu. De repente foi só um mal entendido.

Na delegacia...

- Boa noite, meu nome é Alberto eu sou o pai do Mateus.
- RG por favor?
- Aqui.
- Vou mandar chamar ele.
- E o que ele fez?
- Foi pego com mais dois amigos roubando um lava-jato. Três conseguiram fugir.
- Num falei pra você Célia, aposto que os meninos do Pedro estavam junto e escaparam.
- Não consegui acreditar que meu filho está envolvido nisso. A gente educou ele tão bem. Ele tem tudo o que quer.
- Esse é o problema. Ele é mimado. Tá na hora de começar a trabalhar para ver quanto custa o celular da moda.
- Mãe...
- Filho, você está bem? Te maltrataram?
- Vem aqui seu moleque (e puxou-o pela orelha). Que diabos você estava fazendo? Foi isso que a gente ensinou pra você, roubar?
- Quem chamou o senhor aqui? (se soltando)
- Eu chamei filho, fiquei com medo de vir sozinha.
- Eu não tava roubando, eu fui só filmar.
- Ah, menos mal né? Filmar os amigos roubando num é problema nenhum né seu idiota?!
- Porque você não chamou o tio Jorge mãe?
- Ai filho, ele é seu pai, ele quer o seu bem.
- Seu Alberto?
- Sim, pois não.
- Aqui está o boletim de ocorrência.
- E quanto é a fiança?
- Num tem fiança, ele fica.
- Como assim?
- Ele aparece no vídeo, tanto do lava-jato, quanto no do celular. sendo assim, não há mais necessidade de provas para ver que ele é culpado.
- E os outro meninos?
- Vão ficar também.
- E os que fugiram?
- A policia tá indo atrás.
- Com licença, meu nome é Jairo, sou o pai e advogado do Marcelo e vim buscar meu filho pra levar pra casa.
- Seu filho não pode ir não, vai ter ficar.
- Como advogado dele, estou ciente do que aconteceu. Tendo em vista que meu filho é réu primário e que, embora apareça nos vídeos juntos aos outros meliantes, nada de valor foi encontrado com ele. Desta forma a acusação de roubo não se enquadra, ficando apenas a de invasão de propriedade privada a qual ele pode responder em liberdade uma vez que, repito, ele é réu primário. Aqui está o pagamento da fiança.
- Tá, tá, tá, já entendi. O Ricardo manda soltar o filho do doutor aqui.
- Jairo eu sou Alberto, pai do Mateus, ele foi preso junto com o seu filho.
- Essa molecada apronta cada uma né?!
- Tudo isso que o senhor falou aí também pode ser usado pra soltar o meu filho.
- Pode sim. Segundo o que o Marcelo me disse, só os moleques que fugiram é que tavam com a grana, os três que ficaram pra trás foram pegos pra bode expiatório.
- Ouviu, o senhor pode soltar o meu filho também então.
- Preciso do parecer do advogado e pagamento da fiança.
- Você pode ser o advogado do meu filho?
- Posso sim. Imaginei que isso iria acontecer e preparei já um pedido de habeas corpus pro Mateus. O Vitor vai ter ficar porque não é primário. Depois passa no meu escritório pra gente acertar e dar prosseguimento à defesa.
- E vai ser caro?
- Mixaria, conheço o Mateus desde menino e sei que isso foi só molecagem.
- Obrigada Jairo.
- Seu Alberto, tá aqui a fiança pro senhor pagar. O Ricardo já foi buscar seu filho também.
- Dois mil reais?
- Sim, invasão de domicílio e apreensão em flagrante, dois mil reais.
- Célia eu não tenho esse dinheiro, você tem?
- Não, trouxe aqui tudo que tinha e um talão de cheques, mas num tenho nem metade disso na minha conta. E ainda não paguei o aluguel esse mês.
- Tem como parcelar?
- Tem não, ou paga a vista ou o menino fica.
- E agora Alberto?
- Ele vai ficar Célia, pelo menos até amanhã, até eu arranjar a grana.Vamos pra casa que amanhã o dia vai ser duro.
- Ai meu filho tadinho, num fez nada e vai ficar na cadeia, enquanto os outros que roubaram estão livres.
- Como assim tadinho num fez nada? Claro que fez Célia. Seu filho invadiu uma propriedade privada para roubar.
- Mas os outros também roubaram e estão livres. Isso é muito injusto!
- E daí Célia? Num tem nada de injusto. Dos outros a justiça vai cuidar, vai investigar, correr atrás e se tiver provas o suficiente vai prender e punir. Agora o nosso filho não, ele foi pego sim, e é desse problema que a gente tem que cuidar.
- Mas eu não acho certo ele ser punido enquanto os outros estão livres.
- Pois eu acho certo sim. O Mateus tem que aprender que o que ele fez foi errado. Não se trata apenas de punição, ele tem que entender que isso tá errado para nunca mais fazer.
- Mas enquanto isso os outros estão livres. Você viu, o Marcelo vai responder o processo em liberdade. Só o Mateus e o Vitor ficaram presos.
- Quer saber Célia, acho é ótimo que o Mateus fique preso nem que seja apenas por hoje, porque com essa cabeça fraca que você tem é capaz de convencer ele de que ele foi vítima dos outros, e ainda vai dar mal exemplo para Duda. Falando nisso, cadê a Duda?
- Dormiu na casa da Dinha, elas vão pro sítio amanhã cedinho.
- E ela já soube do irmão?
- Não, ninguém sabe, não deu tempo de falar com ninguém.
- Melhor assim, sua família se intromete muito.
- Aposto que eles ficariam do meu lado.
- Essa você já ganhou meu bem, vocês são tudo cabeça fraca. Vai vendo... O filho do Jorge também já foi preso por causa de droga, e os filhos da Marlene tão indo pro mesmo caminho...
- O filho do Jorge nunca usou drogas, ele tava só levando pros amigos.
- Igual o Mateus que tava só filmando. Ah Célia, conta outra. Você acha mesmo que eu acreditei nessa história.
- Mas é verdade, o Jorge fez exame de sangue no menino e não deu nada.
- Num tô falando do filho do Jorge, eu num tô nem aí pra ele. Eu tô falando do Mateus.
- Imagina que meu filho ia mentir.
- E você imaginava que ele ia ser preso por invasão de domicílio? Ele está mentindo. No mínimo os caras que fugiram com a grana estão com a parte dele também. Mateus é muito otário, puxou pra sua família aí.
- Ai Alberto você está pegando muito pesado com o nosso filho. Todo adolescente faz essas bobagens, é coisa da idade.
- Não é não, isso é educação e exemplo. Eu tenho falhado muito com o Mateus. Mas assim que a gente pagar essa fiança e ele sair da cadeia eu vou arranjar pra ele trabalhar comigo lá no depósito. Assim ele aprende a dar valor ao que tem e passa mais tempo comigo aprendendo as coisas certas.
- De jeito nenhum, meu filho nunca vai trabalhar num depósito. Não criei ele pra isso.
- E criou pra quê? Pra ser bandido. É o que agora Célia? Vai falar que meu trabalho é indigno? Pois saiba que é com ele que eu pago a tua pensão de dondoca e a escola das crianças. É um trabalho digno.
- Não foi isso que eu quis dizer, só acho que não vai ser bom pro Mateus.
- Pois eu sou o pai e digo que vai ser excelente. Além do que vamos precisar de uma renda extra pra pagar a fiança dele. Nada mais justo que ele trabalhe para pagá-la não acha.
- Justo mesmo eu ia achar se os outros meninos também estivessem presos, isso sim. Quer um café?
- Quero sim, obrigada. Célia sério mesmo, deixa eu falar uma coisa pra você. Você sabe o porquê do nosso casamento não ter dado certo? É por que você tem essa cabeça de ficar se comparando e vigiando o que os outros fazem ao invés de cuidar da sua própria vida. Presta atenção no que eu vou te dizer agora:
O Mateus não é um bandido, mas pode vir a ser. Tudo vai depender do que a gente ensina pra ele e do que ele aprende. Roubar, invadir propriedade privada, levar droga pros amigos, tudo isso é crime. Não importa se você participa ativamente ou passivamente, se outros também estão fazendo, se os outros não foram pegos, é errado e ponto final. É isso o que a gente tem que deixar claro pro Mateus e pra Duda também. Não podemos criar os nossos filhos baseados no que os outros fazem. O fato de os filhos do Pedro também estarem roubando e não terem sido pegos não muda em nada o fato de que o Mateus foi pego roubando. Eles erraram? Erraram e eu também quero que seja feita justiça, que eles sejam pegos e principalmente que não façam de novo, nem eles nem ninguém. Mas um erro não justifica o outro, e agora a realidade é que quem foi pego foi o Mateus, e é com este fato que temos que lidar. Se o Mateus erro, ele tem que pagar pelo erro. É simples assim. E seria muito bom da nossa parte se ele se arrependesse e nunca mais repetisse uma idiotice dessas. Mas para isso você tem que parar com essa coisa de que tinham outros meninos que também roubaram, de que os outros é que ficaram com o dinheiro e eles estão livres e tals, porque nada disso importa. O Mateus é o nosso filho, o resto não.  A justiça está aí pra cuidar dos outros. Nós temos que cuidar do nosso filho. Você entende isso Célia.
- Entendo, mas é que me revolta que embora os outros também tenham errado só Mateus vai pagar pelo erro.
- O Mateus não está pagando pelo erro dos outros. O Mateus está pagando pelo próprio erro. Aceite isso e faça o certo, se não quiser passar outras madrugadas na cadeia. Que horas são?
- Dez para as cinco.
- Bom vou nessa ver se faço o serão das cinco, assim consigo ganhar uma grana extra e sair mais cedo par ir no banco ver o que consigo o dinheiro para a fiança. Fica bem e seja firme.
- Até mais.
- Tchau. Pensa no que te disse.









segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A violência invisível - Monja Coen Roshi

Cheguei nele meio sem querer querendo, por caminhos alternativos, a procura de uma outra coisa na verdade, e valeu muito à pena. Recomendo.

https://www.youtube.com/watch?v=nHWmHmwuhoA

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Andando na corda bamba
Antes mesmo do bemba
Alguém vai lá e bimba
Explode a bomba
No Brasil tudo é bunda!

Gostei, Copiei e Colei!

Tonho, o tristonho

Tonho andava
sempre tristonho
a chaleira fervia
e Tonho não via.

Cadê essa cabeça?
Olha só a água!
A vida tá avessa
virada só em mágoa!

Um dia Tonho cansou.
Saiu trôpego pra rua
Na esquina se enamorou
de negra de tez nua.

Inundou-o a paixão
e Tonho, o tristonho
não tinha teto nem chão.
Vivia como num sonho.

Mas, alegria de Tonho
Dura só um carnaval
Tão acostumado estava ser Tonho
pra quem felicidade era coisa de jornal.

Não sabia ser feliz
só bebia seu triste vinho
A cerveja amolecia o nariz
só via pedras no caminho.

Então, a nega requebrou
encheu o olhos do tristonho
Seu marasmo arrancou
Botou amor nos dedos de Tonho.


Por MrCleitonjack.

Copia autorizada! Esse poema é outros tanto bons vc tb encontra em: http://senhoritasdoiemen.blogspot.com