terça-feira, 17 de novembro de 2015

A despedida

Última noite antes da partida
Se vai voltar?
Não se sabe
O destino é quem dirá
Tem passagem de volta?
Isso tem
Mas nunca se sabe
Quem está só de passagem
E quem chegou para ficar
Nos encontramos para nos despedir
Não tínhamos nada planejado
Nunca houve planos para nós
A despedida por sí só surpreendeu
Não tivemos a última transa
Nem a última noite juntos
Nem juras, nem lágrimas
Nem saudades...
Fomos alí pro bar da esquina mesmo
Falamos sobre a vida
Em seu contexto mais geral
Sobre o aqui e agora
Sem nos remeter ao passado
Nem nos projetar no futuro
Não teve nem a segunda rodada
O tempo estava curto
O cansaço acumulado
Mas teve espaço para dar tchau
No final um simples beijo
E um até mais
Mesmo incertos de que haverá mais
Não trocamos outros meios de contacto
Porque eu prefiro lidar com fatos
Hipotetizar o que poderia ser
Não faz parte do meu viver
Ele vai
E eu não sei se volta
Mas nada disso importa
Quando o que se teve foi bom enquanto durou

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Quando a expectativa sai de cena, o destino chega para brincar com suas linhas tortas. Eles se encontraram quando nenhum dos dois já esperava mais nada. Era o final da festa, meio da pista de dança. Probabilidade mínima, diversão máxima.
Eles trocaram telefone e não beijos, como era o esperado dessa história. E sabe, ainda bem que isso aconteceu. A gente romantiza demais o encontro de dois desconhecidos dispostos a se conhecerem melhor. Se rolasse beijo, poderia rolar expectativa. Se rolasse sexo, poderia rolar promessas em vão. Ainda bem que rolou uma troca de telefone sutil. Um nome errado seguido do número certo. Ela trocou a ordem das coisas. Talvez fossem aquelas doses extras de uísque.
Foram embora para lados destintos, tomaram o café de manhã do domingo em suas padarias preferidas com amigos queridos. A vida seguiu o rumo que tinha que seguir. Um encontro sutil, numa festa de arromba. Naquele mesmo domingo, depois de algumas horas de descanso, uma mensagem desconhecida. Uma leve lembrança. Um sorriso. Mesmo quando a gente já não espera nada, a vida surpreende.
Talvez fosse aquela nova chance que ela havia pedido em suas orações. Talvez fosse só a vida brincando de deixar ela feliz em pleno domingo. Lição dada é lição aprendida: nunca duvide do destino. Ele não vem carregado de expectativa, mas traz dentro da mochila novidades para serem bem vividas.
E talvez seja dessa maneira sutil que a vida chega trazendo boas surpresas. A gente tem essa maneira besta de achar aquilo que estamos procurando, quando na verdade, tudo aquilo que chega sutilmente acaba sendo algo de muito mais valor. Tipo aquela sensação de achar uma nota de 2 reais no bolso da calça, boba, mas tão feliz.
Deixe a vida te levar, menina. Aprenda com as sutilezas.



Dona Oncinha Pintada
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