segunda-feira, 20 de abril de 2015

Significando

Enquanto todos procuram um significado
Amelie procura o significativo
E em meio a perguntas clichês:
Qual o significado da vida?
O que significa o amor?
E definições banais:
Viver significa errar
O significado do amor é sofrer
Amelie aparecia completamente indefinida
Virava e mexia dizia:
Minha infância foi a parte mais significativa da minha vida
O primeiro amor é muito significante pra uma menina
Isso quando não se atrevia:
Se o erro não for significativo, não faz o menor sentido
Se o amor não doer nem um pouquinho, então foi insignificante
Mas o melhor mesmo era quando ela dizia:
E pra você, tenho significado ou sou significante?


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Previsão do tempo - II

Eu achei que ia chover
Recolhi a roupa do varal
Coloquei as cadeiras pra dentro
Mandei as crianças brincar no quarto

Eu achei que ia chover
O céu estava nublado
Fechei as janelas da casa
E desliguei a TV da tomada

Eu achei que ia chover
Que o trovão me deixaria assutada
Que passaria o dia todo dentro de casa
Até que chuva decidisse passar

Eu achei que ia chover...
Mas oras, que importa se vai ou não chover?
Quero mais é brincar na chuva
Ficar com a roupa toda molhada

Tomara mesmo que chova!
Vou andar pela rua descalça,
Colocar barquinhos de papel na enxurrada,
E cantarolar e dar gargalhadas.


Previsão do tempo

Eu achei que ia chover
Uma chuva fina, calma, gelada
O céu, há muito encoberto,
Merecia voltar a ser descarregado
Todos já estavam cansados desse tempo nublado.

Eu chovia por dentro,
Gostas de ressentimentos,
Planos se esvaindo pela enxurrada de lágrimas,
Sonhos que nunca foram regados
A chuva era bem vinda.

Eu achei que ia chover
Um aguaceiro de março
Uma tempestade
E raios e Trovão
E Katrina, por que não?

E enquanto todos tentavam fugir
Eu ali ficava
Apreciava o céu escuro
As nuvens carregadas
A destruição anunciada

Eu achei que ia chover
Um desses dilúvios divinos
Que lavam a alma e a terra
E varrem a dor  e a maldade
Que dá esperanças á humanidade

Mas cadê que chovia?
Mais uma previsão do tempo que falhara
Mais um chove não molha que me maltrata
Vai ver que são só meus olhos cheios dágua
Vai ver que no olho do furação não acontece mesmo nada


terça-feira, 14 de abril de 2015

Pensamentos soltos numa mente presa - 10

" A morte, muitas vezes, mente - quando se imagina que uma pessoa morreu, ela continua viva na memória, nas conversas, nas decisões" -  Eduardo Galeano.