No inicio era frio,
Distante, longínquo.
Aparecia timidamente,
Sem brilhar nem aquecer.
Mas eis que numa tormenta,
Um daqueles ventos fatídicos,
Deixou na porta errada
A carta do destino,
Mudando a sorte
Da poeta e do Menino.
Iniciou-se uma nova era
Explosões solares,
Lua de multifaces,
Trovas e rimas
E disfarces...
Como consequência inconsequente,
De dois corações
Que pensam e sentem,
O Sol aqueceu,
Aqueceu, desapareceu, aqueceu, desapareceu, aqueceu, aqueceu...
A ponto de deixar confusa
A Lua e a poeta,
A flor e suas pétalas...
Evaporando a alma,
Tirando-me a calma.
E agora, em meio a miragens
O corpo vaga,
Em desassossego tormento,
Caminhando pelo deserto,
Sob um Sol masculino e incerto.
Por Elita de Abreu.
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