Para responder à pergunta feita no meu último post, resolvi escolher alguns poemas dos meu poetas prediletas, onde eles próprios são o tema dos versos.
Antes de ser poeta, tem que ser poesia...
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecilia Meireles.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski.
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Manuel Bandeira.
(essa uma das minhas prediletas todas as que conheço!!!!)
Antes de ser poeta, tem que ser poesia...
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecilia Meireles.
Razão de ser
Escrevo. E pronto.Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski.
Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anosGanhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…
— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Manuel Bandeira.
(essa uma das minhas prediletas todas as que conheço!!!!)
Então o teu autor é a natureza? É que ser a poesia exige que alguém tenha se inspirado e feito a sua arte, com um significado profundo e uma estética irretocável. Então alguém pode ler e perceber essa estética aqui ou alí, entender um ou outro significado, mas ninguém vai captar toda a essência. Isso, pra mim, é ser poesia, o que é bem diferente de ser representado por poesias.
ResponderExcluirEu concordo contigo, eu não quis dizer que ser representado por poesia é ser poesia. Se o quisesse teria colocado o poema que Manuel fez para Maisa, e a chamaria de poesia.
ExcluirO que quis dizer é que antes de ser poeta precisa ser poesia, precisa ver poesia não só nas coisas belas, mas nas outras tb, precisa ver poesia em si.
É que nem ser palhaço, antes de tudo vc tem que rir de si mesmo, ver graça em si,ara depois fazer graça para os outros.
Eu acho que esse é meio o conceito de arte. O artista é a própria arte!
E sim, meu autor é a grande, perfeita e harmônica natureza. Eu, eu sou apenas um porta voz.
queria ser o vinicius...
ResponderExcluirnão sei como começar,
pela carreira diplomática?
escrevendo poesia?
pelo uisque?
Começa pelo uísque, sempre ajuda a inspirar rs...
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