terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Sobrevida

Calma,
vou me esgueirando,
nos amores sordidos,
à espera do amanhã,
dos sonhos dourados.
De tanto me arrastar
definhando a ponto de desmaiar.
sentar-me-ei a Sua sombra,
um não-ser,
a suplicar,
na avidez de sobreviver.

Por Elita de Abreu, em 01/07/2011.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A Muralha

Pedras e mais pedras,
Muitas delas a se somar.
As que encontro em meu caminho,
E com muito suor consigo tirar.
Em algumas tropeço,
Chego a sangrar.
Mas coleciono todas elas,
Nenhuma fica para trás.

Pedras, muitas pedras,
Todas elas em um só lugar.
Me atiram dia a dia,
Duas ou três, só pra começar.
Cada pedra uma cicatriz,
Que é pra sempre dela eu me lembrar
Humildemente junto todas elas,
Uma a uma estou a guardar.

Pedras, quantas pedras
Estou eu a empilhar.
Não importa quantas me atingem,
Nem as que consigo desviar.
Seleciono uma a uma
Coloco-as em seu devido lugar.
Que um dia hei de construir um muro
Para de futuras pedras me abrigar.

Por Elita de Abreu.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Lua Cheia

A lua cheia
ontem estava borrada
Um Monnet
anuncioando o início da alvorada


Cintilante,
pincelava no céu da noite,
tons de âmbar
roubados do lusco-fusco distante.


Nela pensava eu,
ayer,
Sem qualquer formalidade,
relaxada,
solta,
trazendo à tona os momentos antes,
cobranças e ternuras.


Tão longe,
Tão perto,
Equidistantes...

Por Elita de Abreu.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Composto

Descompostura
Com postura.
Me decomponho
Em mil texturas.
Cada uma
Uma aposta,
Um descompasso,
Uma conjectura.
Dez eu passo.
O resto não
Há alma que atura.
Mas meu Deus,
quanta loucura!
Será que não posso
Ser apenas uma?

Por Elita de Abreu.