domingo, 29 de junho de 2014

Revistando um texto nem tão antigo...

Resolvi postar na íntegra novamente por que parece que alguns freqüentadores do blog ou não leram, ou esqueceram ou mudaram de opinião...
Sobre opinião, mudo sim, quando acho que é bom mudar. Mas é uma decisão minha. Não faço menor questão de ser sábia ou ignorante. Sou o que sou e se vc não gosta a porta está aberta pode sair. Se gosta, a porta está aberta, pode entrar.
Na minha terra, aprendi que quem muda o tempo todo de opinião é Maria vai com as outras, que quem tem opinião forte é teimoso e genioso. Mas não aprendi a chamar os outros de ignorante só pq pensam diferente de mim, ou me achar superior a eles pelo mesmo motivo. Eu aprendi a lidar com algumas diferenças e tb a brigar contra outras, pq sim, sou teimosa e geniosa e dou as caras, como diria na minha terra e persigo os meus ideais.
E como estamos numa era digital onde o acesso a informação é extremamente fácil, deixo a cargo daqueles que querem procuram mais informações sobre o que lhes interessam e discutir sobre os mesmo num lugar apropriado para tal.
Este é o meu blog, e eu só público o que eu acho que faz sentido, o que tem a ver comigo. O que tem a ver contigo, espero que publiquem no seu blog se tiver um um.
O meu blog não é uma plataforma de discussão de opiniões. Discutir  opiniões é ridículo. Manifestá-las é coragem.
E sim, como uma garota mimada que entende BEM o q é posse, o blog é MEU e portanto sou EU quem decide o que será publicado ou não, assim como faço com a MINHA opinião.
E ema ema ema, cada um com seus problemas!

Liberdade de expressão (postado e escrito por mim mesma em 29 de janeiro de 2014)

Definição: Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracia modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.1

Uma vez me perguntaram porque eu não fazia um facebook pra divulgar o meu blog. Na hora não respondi nada, fiquei a pensar.
Depois cheguei à conclusão de que não queria que meu blog ficasse assim "popular". Não é uma questão de elitismo, é que eu acho que as pessoas não estão preparadas para o que escrevo.
Tudo o que escrevo, minhas poesias, ensaios, contos, frases e até mesmo as notícias que posto falam sobre mim e exclusivamente sobre mim. São os meus sentimentos, as minhas opiniões, minha vivência, minhas crenças, minhas dúvidas, sou eu refletindo sobre o não eu que me constrói a cada instante.
Divulgo no blog porque quero dividir com algumas pessoas que considero importantes e não se sentem atacadas a cada letra. Faço-o aqui, porque esta é a forma mais fácil, e só por isso. 
E continuarei a fazê-lo, mesmo que mentes mesquinhas e egocêntricas continuem a me interpretar mal. É a minha liberdade de expressão, é á sua também.
Mas sabe o que me incomoda, ou melhor, me intriga?
É que os que se sentem "atacados", "destruídos", "difamados" (como eles dizem se sentirem), estão sempre ali no blog pra conferir se foram mencionados novamente, por quê?
Eu acho que sei a resposta...
Fiquem tranquilos "vítimas", vou continuar escrevendo, independente de vcs. Mas não pra vcs, nunca foi pra vcs!
Mas podem continuar aparecendo e manifestando o seu recalque.
Sejam bem-vindos à liberdade de expressão (se é que sabem o que isso significa...)

domingo, 22 de junho de 2014

Resposta a um comentário no mínimo mal informado, ou com o mínimo talento para interpretação de texto, e visão distorcida da realidade. Pra não dizer MACHISTA mesmo!

A priori eu simplesmente ia ignorar e não publicar o comentário referente ao texto anterior. Mas depois pensei melhor e achei que seria uma ótima oportunidade de mostrar a um machista o quanto ele de fato o é machista, embora diga que não.

Primeiro, independente de o texto anterior ser ou não feminista (eu particularmente não acho que é, acho até que ele vem de encontro a uma critica que recentemente fiz aqui sobre a educação que a geração de nossos pais tem praticado). Mas voltando, independente de o texto anterior ser ou não feminista, a resposta totalmente na defensiva (pra não dizer, no ataque) é nada mais que um ato falho machista. Vestiu a carapuça e partiu pra cima pra defender a própria classe...

Sobre a frase sei lá de quem (não precisa ser famoso pra falar algo que faça sentido, embora muitos famosos façam o contrário): Sim, concordo em gênero número e grau, que se vc acha a sua vida uma merda, e culpa a sociedade, a escola, os seus pais por isso, você a merece assim. Aliás, você é um merda se não consegue nem ter a decência de assumir que você deixa que ela seja assim. Você é um merda, quando vê que a coisa tá ruim e continua nela, mas jogando a culpa nos outros, " por que os outros quiseram assim". E sério, se vc é esse tipo de pessoa, que tudo de ruim que lhe acontece você culpa os outros e não faz nada para mudar, você tem mesmo é que se fuder! Pronto, falei!

Mas o texto de Ruth Manus não fala disso. Baixe a guarda e leia-o atentamente. Ele não é um ataque contra os homens e nem um muro de lamentações contra os nossos pais. Ela simplismente constata que ela recebeu uma educação muito diferente da de sua mãe. Porém seu irmão, amigo ou primo, sei lá...os meninos continuaram recebendo a mesma educação de sempre, e que por acaso (ou não) foi igual a dela. E isso tem sim gerado um conflito entre homens e mulheres, tem sim influenciado muitos relacionamentos. Mas Ruth Manus não diz que a culpa é dos homens, embora acredito que muitos como vc e  Mr Cleiton Jack (o dono do blog, que só falou asneiras... mas esse vou comentar adiante), vestiram uma carapuça imaginária na cabeça de vocês pura e simplesmente porque são MACHISTAS. Vai admitam, por favor... Porque mais feio que ser machista no século 21, é ser hipócrita! O que Ruth Manus diz é que nós mulheres mudamos os nossos valores e conceitos e que a sociedade, o que nos inclui, pois a mulher também é parte da sociedade (não se esqueça!), deve se adaptar isso. Só isso!

O texto de Ruth Manus é simples, objetivo e não defende nenhuma bandeira. Como um texto científico, detectou a causa, a consequência e propôs um solução simples, já proferida por Darwin (já que os moçoilos gostam de nomes importantes relacionados a frases de efeito): Sobrevive aquele que se adapta, e não o mais forte. Talvez por isso tenha mexido tanto com os egos machistas...

Agora vamos a esse texto medonho, que já começa insultando toda uma geração de mulheres, talvez até da própria mãe (da vó com certeza) de  Mr Cleiton Jack. Fui obrigada a copiar e colar o texto aqui e comentar uma por uma as injurias nele feita. Liberdade de expressão né!


quinta-feira, 19 de junho de 2014


Se eu encontrasse a moça que escreveu "A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer"

Bom, diria eu que gostaria sim que ela (uma mulher) trabalhasse muito, pois eu não acho saudável que alguém fique totalmente desocupado (aqui ele insulta toda uma geração de mulheres, como a minha mãe por exemplo, até meu pai morrer. Quer dizer que cuidar de casa é ser uma desocupada agora. É por isso que aqui e no mundo inteiro mulher recebe jornada dupla para contar o tempo de aposentadoria, porque não trabalhar fora e ficar em casa lavando, passando, cozinhando (3 vezes ao dia, pelo menos) fazendo as compras do mês (logística meu amor), levar os filhos na escola, buscar, cuidar se eles fizeram o dever de casa, ir na reunião de pais e mestres, fazer faxina, tudo isso é ser uma desocupada? Sério, faz isso por duas semanas e depois me conta se você ainda acha que ser dona de casa é ser desocupada.) e não gosto de pagar a conta sozinho (aqui outra asneira, e estou só no começo do texto hein?! Quer dizer que um relacionamento na visão de um homem que "gosta" de mulheres independentes é uma conta de dividir. Nesse caso acho que os machistas de verdade, digo assumidos, são melhores. Não gosta de pagar as contas sozinho arranja um colega de quarto, pode ser que ele se dê melhor que você com as mulheres e arranje até uma trouxa pra dividir as contas com vc... Fala sério) ; quanto a sua caixa de emails eu não tenho nada a declarar (Ufa, só faltava essa... Menos uma asneira lol. Se não tivesse declarado nada era capaz de estar "melhor na fita"). Não quero que seus pés tenham calos e bolhas porque eu acho uma atrocidade uma mulher usando um sapato que vá machucar seus pés e sua coluna (concordo, ponto positivo. Tb acho ma atrocidade. Eu mesma só uso sapatilha e me lixo pro que os outros vão pensar, o pé é meu!!!) e porque eu sou baixinho demais pra sair com uma mulher com salto 15 (tsc tsc tsc, acaba de perder o ponto positivo e voltar pro negativo. Complexo de inferioridade, nada legal... Quer dizer que se a mina for legal, bonita, trabalhar, e ainda topar dividir as contas contigo, mas tiver o terrível defeito de ser mais alta que vc, mesmo descalça então ela não presta... Freud pode te ajudar amigo, procura um analista, vai te fazer bem... Mas é só uma dica de uma mulher independente, que divide as contas, não usa salto, trabalha e tem 1,65 de altura. Vc é menor que isso?) . Ela deve ser independente e fazer o que quer com o próprio salário, sim. Acho meio esquizofrênico comprar uma bolsa cara e doar para um projeto social, acho que isso é digno de nota (o que é exatamente esquizofrênico aqui? Primeiro ele diz que a mulher poder fazer o que BEM ENTENDER com o seu PRÓPRIO dinheiro, e depois acha esquizôfrênico comprar uma bolsa cara ou doar a grana pra uma projeto social? Quer dizer que comprar um carrão que no fim faz o mesmo que os outros, e gasta muito mais gazolina é normal? Nenhum sinal de esquizofrenia ainda... Comprar uma camisa da seleção em época de copa, pagar 1200 num ingresso pra um jogo da copa, pagar 4 mil reais num vídeo game, coisas desse tipo que homem adora não é esquizofrenia, mas comprar a bolsa é? Sobre doar o dinheiro, vc sabia que doações a entidades sociais sérias podem ser abatidas do imposto de renda? Sempre bom se informar antes de sair falando besteira por aí... Talvez essa "esquizofrenia" seja apenas uma questão de quem é mais bem informado e de quem ganha melhor). Precisa saber dirigir  e ter vontade de viajar pra muitos lugares (Eu e muitas amigas minhas não dirigem, e já fui pra muitos lugares do mundo. E oh, eu conheço muitos homens que também não dirigem e já rodaram o mundo...Basta a vontade amigo!). Acho que ela precisa saber cozinhar se não tiver grana pra comer fora todo dia, do contrário é dispensável (pra qualquer um né...). Ela não precisa ser sarada e nem se preocupar muito em pentear o cabelo, nem gostar de ir ao salão (ah, deus! Como eu gostaria que ela não gostasse de ir ao salão!). E, acima de tudo, tem que ser sim segura de si e não precisar de mim nem de ninguém. (Meu anjo, é por isso que elas estão solteiras, porque são sim seguras de sí e não precisam de vc (com certeza) e nem de ninguém. A gente não fica com alguém porque precisa, fica porque gosta, porque ama, já sentiu isso alguma vez na vida?)

Enfim, dito isso, eu diria pra essa moça que ela não me interessa (Ufa, mas que sorte a dela hein?! Que sorte a de milhares de mulheres... lol). Sim, não me interessa (Não precisava falar duas vezes, entendemos o recado de primeira e obrigada, já nos sentimos muito mais aliviadas!Ninguém aqui quer que você mude de opinião...). Porque creio que para o mais importante algo lhe falta; pra ser bem resolvido é preciso resolver o enigma entre o eu e o outro. É preciso que pare de queixar-se da sociedade, dos homens, da maioria dos homens - aliás, não é a maioria que lhes interessa pelo visto, então, foque-se nas minorias em vez de queixar-se sob o silêncio da belle indiference  histérica. A culpa e a responsabilidade de todas as queixas do mundo é sempre do outro, do marido, da mãe, do pai, do filho, da vizinha, da outra... Assim é difícil de ser bem resolvida! Como vai resolver àquilo que não lhe cabe? Como vai acertar seus passos se anda a passos de outros? (tá, se o texto dela fosse sobre isso, eu te daria dois pontos por essa parte, mas não era... Sorry!)
É lindo quando a pessoa sabe diferenciar independência de solidão (e é mais lindo quando sabe diferenciar, companhia de dependência, pode acreditar!). É mais lindo ainda quando consegue admitir suas impotências, porque é só nas nossas falhas, nas nossas faltas, que há espaço para que alguém entre. Em alguém que se basta não cabe mais nada. Não dá pra ver isso nesse artigo tão fálico. É uma mulher gabando-se de ser aquilo que não quer? De ser o que lhe fizeram? Sartre nos ajude, por favor: "O que você faz com aquilo que fizeram de você?" (de novo, se o texto dela fosse sobre isso, eu te daria mais dois pontos por essa parte, mas não era... Sorry again! Você está precisando de aulas de interpretação de texto stricto sensu, Tem que ler o que o autor escreveu, não o que você gostaria que ele tivesse escrito).
Creio que todos os homens, mesmo os machistas e abobalhados (a grande maioria) (gente, ele não se incluiu entre os machistas! Incrível isso. E olha que antes disso ele veio com um discurso todo posudo de ser bem resolvido. Choquei!!!), que leram esse texto viram-se indefesos diante de tanta auto-suficiência (ok, fui irônico!) (Foi babaca também, mas acho que seu problema maior de ego é só com o fato de ser baixinho e ter que pagar as contas sozinho). Sociedades sempre existiram, pessoas sempre sofreram de amores e sempre usaram sociedades de desculpa. Há que se ter responsabilidade por aquilo que se é. Se você, digníssima blogueira, quer um homem que não quer algo que você não é, procure alguém que queira aquilo que você é! (Essa ultima frase tá meio confusa... um homem que não quer algo que você não é.... De acordo com as minhas aulas de lógica isso quer dizer que que o homem a quer, mas acho que o ilustríssimo pensador e escritor do texto queria dizer o contrário:um homem que quer algo que você não é.  Apostando que ele se equivocou, fica aqui um conselho a todos, homens, mulheres e afins: Procure alguém que te queira como vc é. Se não encontrar provavelmente é porque o problema é vc, não os outros)
Sabe, alguns de nós homens não gostamos de carros, alguns de nós não assistem futebol, não arrumam empregos bem-sucedidos, não gostam de sair com prostitutas. Alguns de nós gostam de mulher que xingue, grite, beba e nos faça rir. Não, nós homens não precisamos lhes ganhar de volta, porque nós não precisamos mais ganhar ninguém. Hoje, cada um anda ao lado daquilo que quer e voa pra onde bem entende.
E por fim: concordo, os pais criam filhas para o mundo e querem noras que fiquem na família. Meu pai me criou pra ser peão, não o fui, muito pelo contrário. Eu não o culpo por isso e não o responsabilizo por minha inadequação ao mundo. Cabe a cada um aceitar a própria estranheza e não queixar-se ao mundo por não entendê-lo. (Quase conseguiu a redenção... Vc tem conteúdo. Se informar um pouco mais e deixar de lado essa postura machista e o complexo de inferioridade podem ajudar, capaz de sair coisas excelentes daí. Mas não, tem asneira demais aqui par ser levado a sério!) 

Bom, é isso. O cara achou que a mina tava se declarando pra ele, e justificou porque ele não a queria. Ela não faz o seu tipo. Tá certo. A gente tem que ficar com quem a gente gosta mesmo. E viva a comédia e a tragédia grega. Porque rir, é sempre melhor que chorar! É isso aí, LIBERDADE DE EXPRESSÃO MINHA GENTE! ;)

E pra aqueles que acham que o meio não interfere no comportamento humano eu sugiro como leitura inicial "Mogli, o menino lobo". História baseada em fatos reais. Tem um documentário excelente sobre o caso. Os mais fanáticos em pscicologia podem me ajudar aqui... Mas se você for iniciante, pode assistir a versão da Disney que é bem divertida. Pra aqueles que tem preconceito com pscicologia e filmes da Disney, sobra um Rousseau. Este já mais pesado, mais avançado. Mas muito bom.  "A origem da desigualdade entre os homens". Tem versão pocket book a 10 pilas, para aqueles como eu que ainda preferem o papel. Fica a dica!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer.

RUTH MANUS
Quarta-Feira 18/06/14


Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens,  homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro.  Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém  lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta.

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Frase da Noite XXXXIX

Porque da mesma forma que o desejo do oprimido é ser o opressor,
o opressor nada mais é do que a expressão mais sincera do medor de ser oprimido.
Quanto mais oprime, mais medo tem de ser oprimido.

segunda-feira, 16 de junho de 2014