Ensaio III: Caos e Fractal, a Vida como tal.



Este ensaio, é inspirado em meus últimos estudos da física/geofísica e as analogias que faço com a vida, coisa que vivo a fazer. Não por acaso, como um fractral, uma repetição de comportamento diante do caos, achei que os dois temos tinham tudo a ver e mereciam um ensaio.
Primeiramente gostaria de introduzir uma breve definição, tirada do site www.wikipedia.com.br, do que é o caos e fractal, conceitualmente.

A Teoria do caos trata de sistemas complexos e dinâmicos rigorosamente deterministas, mas que apresentam um fenômeno fundamental de instabilidade chamado sensibilidade às condições iniciais que, modulando uma propriedade suplementar de recorrência, torna-os não previsíveis na prática em longo prazo.

Um Fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhantes ao objeto original. Diz-se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente autossimilares e independem de escala. Em muitos casos um fractal pode ser gerado por um padrão repetido, tipicamente um processo recorrente ou iterativo.

E o que é a vida senão um caos? Você olha uma bela família, na foto colorida, feliz e contente. E depois se pega colando os pedaços, pensando no passado, tentando juntar os cacos, se perguntando: Meu Deus e agora o que é que faço? Aonde eu errei? Aonde erramos? E aí, passam se os anos. Mais uma foto de família, mais um estrago. Primeiro a mãe, e depois a filha. Há quem acredite em maldição, mas não é não, é uma pura e simples repetição de padrão.
Isso mesmo, a gente passa a nossa vida repetindo um padrão, um padrão de comportamento, um padrão de escolha, um padrão fractal de ser.  E é por isso que as histórias em família, entre pais e filhos, é tão repetitiva. Por mais que pareçamos estar tomando caminhos totalmente diferentes, no fundo estamos fazendo sempre igual. Essa ilusão de estar sendo diferentes advém do dinamismo das variáveis, do caos. As escolhas que nos são impostas, seja na grande escala ou na simples decisão de comprar ou não um pão, são, com certeza, diferentes das que tiveram os nossos pais, mas com quem senão com eles aprendemos a decidir. Quem nos ensinou o que é bom e o que é ruim? O certo e o errado? É por isso que mesmo diante de distintos caminhos acabamos fazendo a mesma escolha e chegando no mesmo destino.
A maioria de nós não consegue perceber isso, mas nós temos uma lógica interna que aponta sempre pra mesma direção, sempre para o mesmo padrão. E quem delineia essa lógica são os nossos pais, durante a nossa criação. Ora toda filha quer, na infância, ser como a mãe, assim como todo filho quer ser como o pai. E mesmo quando rejeitamos um comportamento, sem se dar conta, no futuro nos pegamos fazendo o mesmo, porque o vimos anteriormente e sabemos que ele é possível, então, repetimos.
Tudo é uma mimetização no início, ao aprendermos enxergar, ao aprendermos a falar, ao aprendermos a andar, que, com a evolução, se transforma numa mera reprodução de padrões. E qualquer pequena decisão, como aquela de não comprar o pão, vai evoluindo, se somando às outras como um efeito borboleta, até que nos pegamos ali, exatamente igual à fotografia original, em outra escala claro, mas igual.
Se dá pra mudar? Não sei, gostaria q sim, e ao mesmo tempo que não. Porque seja um destino falido ou não, é um destino conhecido. Quem garante que o outro será melhor? Nós temos medo do desconhecido, o que também justifica esse padrão repetitivo. Seguimos os nossos “instintos”. Lidamos dia a dia com o caos, num comportamento fractal, desejando ser melhor que os nossos pais, e no fim voltamos para o mesmo lugar.  É a beleza fractal, cuja dimensão é irracional, mas que podemos prever o final.

Por Elita de Abreu, 02/11/2013

2 comentários:

  1. Será que esse aspecto fractal não é apenas uma impressão errada? Talvez a nossa leitura apenas não seja precisa, saca? Dá pra dizer que a criança vai repetir um comportamento regional, e não um comportamento parental, desde que em uma certa escala todo mundo faça escolhas parecidas. Essa escala nem precisa ser muito maior que a escala familiar, sobretudo nesses dias de informação ultra-acessível. Aí um pensamento "fora da caixa" ou "fora da bolha" se torna maior e mais importante, porque talvez não confronte apenas um costume familiar, ou nem mesmo um paradigma regional. Talvez ele alcance culturas e modos muito distantes, que façam aquela criança mudar completamente de rumo e procurar uma nova zona de conforto. Quando isso acontece, diga aí pela própria experiência, tem chance de voltar ao que foi um dia? Por fim, será que existe algum pensamento tão fora da bolha que leve a criança a nunca encontrar um equivalente? Eu acho quando isso acontece, surgem coisas incríveis.
    *criança aqui também se remete ao adulto, ok?

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    1. Eu não sei responder à sua pergunta ainda... Essa é uma teoria q tenho, mas ainda falta muuuuuito pra arredondar.
      Sempre discuto ela na minha análise. Está caminhando bem, mas ainda longe de ser convincente hehehe...
      Mas por um acaso eu estava fazendo uma poesia sobre essas impressões fractais... Ainda está na cabeça, mas logo sai pro papel.
      Aguarde, em breve ela estará no blog ;)

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