terça-feira, 31 de maio de 2011

Desafio

Amar,
sábia decisão de um coração.
Impulso infeliz da razão.
Quanto de nós temos que abrir mão?
Quanto do outro deve ser posto a aceitação?
Tão simples quanto parece, não é não
As vezes é preciso esquecer de sí,
mas esquecer de sí é não mais o ser,
e se não o é, não pode amar.
Amar é mais que passar por cima dos defeitos,
é mais que esperar reciprocidade,
é mais, muito mais do que podemos dar.
Amar é ser frio diante do desamor,
é ser calculista na arte da sedução,
é vingar com o perdão,
é esquecer a compaixão,
é lutar em sua própria razão.
Se queres de fato amar,
mon ami,
abdique antes da paixão.

Por Elita de Abreu.

sábado, 28 de maio de 2011

Telefone sem fio

A Felicidade está onde a pomos,
o problema é que nunca estamos onde a pomos
e nunca a pomos onde estamos.

A Felicidade está onde há pombos,
o problema é que nem sempre estamos onde há pombos
e nem sempre há pombos onde estamos.

A Felicidade está em Roma,
e os italianos são o povo mais Feliz,
Viva a Itália!

Por Elita de Abreu.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

questionamentos da meia-noite

Quando a gente sabe se é feliz?
É preciso provar de amargura
para se dar conta do quão doce a vida me é?
A ilusão da felicidade plena ocidental,
pandemia universal,
nos torna infelizes por nos fazer acreditar,
não que somos infelizes,
mas que podemos ser mais e mais e mais e cada vez mais feliz
E eu me pergunto, é possível que a felicidade seja exponencial?
Como a gente sabe se é feliz?
na lógica obscura que me permeia
surge o questionamento a essa filosofia barata da modernidade:
ser mais feliz hoje significa que ontem eu era infeliz?
Que o faz crer nisso? Porque crê nisso?
É necessário que se sinta infeliz para buscar a felicidade?
que comparativo se usa para tal?
Vale a pena encarnar Luísa,
ainda que por um ou dois dias,
para se certificar que sim?
Vou dormir me perguntando:
A gente sabe se é feliz?

Por Elita de Abreu.

domingo, 22 de maio de 2011

Antagonia

Oh injusto mundo dos justos
Dos amantes racionais
Dos homens de fé que duvidam
Dos que perdoam, mas não esquecem
Dos leais que se traem
Dos otimistas prevenidos
Dos sonhadores que não se arriscam
Dos sinceros que magoam
Dos honestos que se escondem
Dos diferentes que querem ser iguais
Dos vencedores que não disputam
Dos solitários que vivem em multidões
Dos pensadores que agem instintivamente
Dos profetas que não acreditam no futuro
Dos ignorantes maliciosos
Dos bem sucedidos frustrados
Dos gênios ingênuos
Dos calculistas passionais
Dos alegres depressivos
Dos rebeldes ponderados
Dos suicidas que amam a vida
Dos poetas desiludidos
Dos corajosos que, covardes, não aceitam a realidade
De todos aqueles que são, mas lutam contra o ser!

Por Elita de Abreu

domingo, 1 de maio de 2011

Sol maior

Um rouxinol quando silencia
é porque está no fim da vida...
Porque silenciaste rouxinol?
Teu canto é belo
e faz meus dias menos cinza
Canta rouxinol, canta!
sem teu canto
sou uma metade inteira
sou meio poeta,
meio menina,
sou meio feliz,
Canta rouxinol, canta!
almenos uma nota
canta para mim.

por Elita de Abreu

o que significa In Media Res?

Aaguns frequentadores do meu blog recentemente me perguntaram o que significava o título do blog e o porque da escolha.
Bom, como foram mais de dois que me perguntaram, resolvi escrever aqui, no próprio blog o que significa. Lá vai:

In media(s) res (latim para "no meio das coisas") é uma técnica literária onde a narrativa começa no meio da história, em vez de no início (ab ovo ou ab initio). Os personagens, cenários e conflitos são frequentemente introduzidos através de uma série de flashbacks ou através de personagens que discorrem entre si sobre eventos passados. Obras clássicas tais como a Eneida de Virgílio, a Ilíada de Homero ou a obra renascentista Os Lusíadas de Luís de Camões começam no meio da história. (fonte: wikipédia)

Logo, o significado do titulo Eu In Media Res para o blog foi devido ao fato de que neste não sigo nenhuma linha cronológica das coisas. Eu , Elita, estou no meio dos acontecimentos, no meio da minha vida , volto ao passado quando bem entendo, vou ao futuro quando me convém ( e não me convêm muito em geral), enfim, o intuito do blog é transmitir as minhas idéias do dia a dia, com alguns flashs do passado, indagações sobre o futuro e assim ir compondo a minha própria história, a partir do hoje e do agora...