domingo, 22 de maio de 2011

Antagonia

Oh injusto mundo dos justos
Dos amantes racionais
Dos homens de fé que duvidam
Dos que perdoam, mas não esquecem
Dos leais que se traem
Dos otimistas prevenidos
Dos sonhadores que não se arriscam
Dos sinceros que magoam
Dos honestos que se escondem
Dos diferentes que querem ser iguais
Dos vencedores que não disputam
Dos solitários que vivem em multidões
Dos pensadores que agem instintivamente
Dos profetas que não acreditam no futuro
Dos ignorantes maliciosos
Dos bem sucedidos frustrados
Dos gênios ingênuos
Dos calculistas passionais
Dos alegres depressivos
Dos rebeldes ponderados
Dos suicidas que amam a vida
Dos poetas desiludidos
Dos corajosos que, covardes, não aceitam a realidade
De todos aqueles que são, mas lutam contra o ser!

Por Elita de Abreu

2 comentários:

  1. Antagonista mesmo...
    E um nunca aceita o outro.

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  2. Muito bom!!!
    Gostei muito!!

    Acho que, colocando-se no papel do sujeito, vc pode ler esse poema algumas vezes na condição do que está vivendo uma contradição, de que está sendo "falso" ou criando uma fachada.
    Mas, da mesma forma, vc pode ler o poema sob outra luz, de modo que na verdade não há nenhuma contradição no texto!
    - afinal, amar também está no pensar e não só no sentir...
    - já disseram também que uma fé sem dúvidas é uma fé morta...
    - é importante pensar positivo, mas também prudente se preparar para as eventualidades!

    O que apenas mostra duas visões antagônicas sobre a mesma coisa!

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