segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Intempérie

Meu corpo é selva
Meu choro é mar
Minha alma deserta
Não sabe o que é amar

Marcas sobre a casca
Os olhos a marejar
A alma se inquieta
Um destino a trilhar

Ceifa a seiva
Gota a gota, até transbordar
Cada grão de areia
Uma história a contar

São tantas marcas,
Tantas lágrimas
Tudo entre dunas,
A se misturar.

Ventos que derrubam,
Brisa que refresca,
Rajadas que moldam,
Furacões que desolam.

Meu corpo é cerrado
Meu choro é sertão 
Minha alma um planalto
Todo amor em erosão.

Por Elita de Abreu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Liberdade de Expressão, exerça a sua!