quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Rega a Dor

Rega regador
Rega a flora
Rega a flor
Rega a vida
Rega o amor.

Rega regador
Libera a água
Limpe a dor
Apague essa cicatriz
Encha-a de cor.

Rega regador
Que não vejo em meu jardim
Mais nenhum beija-flor
Que a alegria é garantida
Quando este breu se for.

Rega regador
Não espere a chuva
Nem o choro do ator
Pois meu peito está bramindo
Necessitando de calor.

Rega regador
Pois a morte se aproxima
Num suspiro de temor
Que talvez eu me liberte
Assim que o sol se pôr.

Rega regador
Solte suas garras
E me rasgue com torpor
Quebre logo esta máscara
Que não tem brilho nem teor.

Rega regador
Abranda o meu anseio
Faz de mim o teu senhor
Que almejo a vitória
E que a clamo com vigor.

Rega regador
Tira da minha mente
Esse terror
Que com idéias insandecidas
Foi tomada pelo terror.

Rega regador
Lave minha alma
Seja meu Pastor
Que cansei de ouvir a fúria
Desse hino insurdecedor.

Rega regador
Acaba com este pranto
Que a mim fez seu cantor
Leva longe a trsiteza
Que de mim faz morador.

Rega regador
Que longe deste lamúrio
Sou apenas um orador
Que minha boca sente o gosto,
Mas não sente o sabor.

Rega regador
Pois o dia já vai indo
Arrastado num trator,
Sem força, sem destino,
devagar com o andor.

Rega regador
Só de ar não sobrevivo
Dê-me um trago desse licor
Pois hoje sei,
Sou sofredor.

Por Elita de Abreu, em 13/10/2004.

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