segunda-feira, 7 de abril de 2014

A mão queimada

Ele disse que a colocaria no fogo
Que o outro era diferente de mim
E acredito  que seja mesmo
Mas ele estava enganado
Não sei se quanto mim, mas quanto ao outro
Se queimou.

Nem um sussurro de dor
Qualquer expressão que seja
O orgulho fala mais alto
Ele aguenta a dor calado
Coração duplamente machucado
Ele segue amargurado

Agora com a mão queimada
Não a bate mais contra a mesa
Não aponta mais os defeitos
Não aplaude à luz de sua cegueira
Porque quem não enxerga
Não precisa de olhos

A mão queimada
Me sinto vingada
Eu posso ficar
Já é esperado que eu fique
Mas eu não queimarei a mão de ninguém
Eu não uso máscara, por isso a cara feia!


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