quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O silêncio

Calado
Reprimido
O choro contido
A angústia engolida

Psiu...
Não fale nada
Não queremos nos machucar
E em silêncio
Fecha-se a porta
O não dito fica no ar

Expressar-se é um dom
Palavras não traduzem sentimentos
Mas o silêncio
E só ele,
calado,
Na faísca de um olhar
Num gesto deflagrado
Traz à tona o indizível.

Palavras podem ser tímidas
E muitas vezes escancaradas
Um tanto quanto exageradas
Palavras,
Palavras,
Palavras...

O silêncio é reto
Febril
Incomodo
Indômito
Uma lâmina afiada
Pois toda vez  que a alma cala
Prepara um punhalada.

Por Elita de Abreu, 12/12/2013.

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