sexta-feira, 17 de junho de 2011

Eclipse

Se antes sol,
hoje chuva.
Dias indecisos,
calados, nublados, cinzentos,
numa bipolaridade de humores
entre sorrisos de canto,
brechas de raios iluminados entre as nuvens,
e choros repentinos,
repletos de saudades,
respingando na fina e fria chuva.
As vezes são horas de maresia pálida,
anunciando uma tempestade
que não se sabe se vai vir.
Olho da janela, sob a mesma apatia,
e às primeiras lágrimas
vejo flores se abrirem lá embaixo.
Mas mesmo assim os dias não se alegram,
pois a maioria das pétalas são tão negras,
quanto o céu que se estende sobre elas.
Enfim chega a noite,
e alí, na ausência de luz,
na penumbra da escuridão,
o céu pôde desabar
todas as lágrimas que tinha pra chorar.

por Elita de Abreu.

5 comentários:

  1. Puxa vida...
    Muito bonito esse texto! Bonito e triste...
    Eu já estive exatamente nessa situação!
    É difícil demais sair dela...

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  2. obrigada...é um texto triste mesmo, embora preferisse estar escrevendo sobre a alegria, não posso negar o estado de minha alma...
    Mas é sempre bom saber que alguém, onde quer que seja, quem quer que seja, pode dividir este fardo comigo...

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  3. Posso... sei bem como é isso...
    É uma pena saber que vc está assim. Mas também, pra descrever tão bem essa situação como vc fez, acho que só passando por ela...
    Força!

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  4. Ah, mas eu vivo assim...entre ALTOS e baixos...
    Mas sou otimista, pelo menos consigo escrever belas poesias e isso já me deixa tão mais feliz que me sentir assim torna-se quase um masoquismo...
    Vai entender neh?! Acho que faz parte da alma indagadora que possuo...

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  5. Elita

    A matéria expira...
    A alma inspira...

    Procure incansavelmente, persista e Ele lhe responderá...

    CBA

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