quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Silêncio

Eu perguntava
e ninguém me ouvia.
Ninguém me ouvia?
Ouvia sim!
Ouvia, mas não respondia.
Então eu perguntava de novo
e de novo
e mais uma vez.
Porque não respondiam?
Eu era objetiva:
Sim ou não?
Nada...
Silêncio,
e nada mais,
era o que ouvia.
Nada mais?
Nada mais uma ova,
aquele silêncio mais do que dizia,
Berrava!
Mas berrava sim ou não?
Era só esta resposta que eu queria.
Nem sim,
Nem não.
O silêncio era a voz do descaso!
Do descaso?
Sim e também da ignorância.
Eles não podiam dizer nem que sim,
nem que não,
porque não sabiam a resposta.
E porque não dizem,
simplesmente,
Não sei.
Por que esse silêncio?
Porque não é simples dizer não sei.
É sim!
Não é não!
Você queria um sim ou não,
não sei não é nenhuma das duas.
Então o silêncio era a procura do sim ou do não,
para que minha resposta seja dada com exatidão?
Não!
O silêncio é um teste.
Que teste?
Um teste para ver se você desiste de obter um sim,
ou um não,
e ninguém mais tenha que se preocupar em dar uma resposta.
Eu não vou desistir.
Vou perguntar a outro.
Mas e se ninguém responder?
Você terá o silêncio de novo!
Sim disso eu sei.
Veja bem, o silêncio nem é tão ruim.
As palavras não ditas também dizem alguma coisa...
Bastante coisa!
E pensando assim,
o silêncio é até melhor que um eco.
Deus me livre ouvir como resposta um eco
Por quê?
Porque estariam me devolvendo a pergunta.
Então responde e acaba de vez com tudo isso.
É que...
Eu não sei a resposta,
ou melhor,
não sei qual resposta quero ouvir.
ainda não decidi se quero ouvir um sim,
ou um não.
Então está explicado o porquê do silêncio.
Qual, você sabe?
Sim, você também.
Eu?
Oras, eu não sei não!
Por que acha que estou tão agonioada?
Justamente porque você sabe a resposta,
mas não quer aceitar.
Pare
Escute
... (silêncio)
Outra vez!
... (silêncio)
Viu o que ele diz?
Sim, acho que ouvi.
E o que foi?
Um sim
ou um não?
Nenhum.
Ele disse...
Toca pra frente!

Por Elita de Abreu, em 28/01/2014.





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