sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Plic Ploc

Noite de chuva
Alaga a rua
Nuvem sobre a Lua
Faz frio...
Cadê minha luva?

A chuva não pára
A água se espalha
Pingos e gotas d'água
Água,
Gota,
Pingo.

O pingo molhado
No assoalho
Ploc ploc
Vem lá do telhado
Um pano amarrotado
Um balde encaixado
Plic plic
Foi o resultado
O piso riscado
De tanto bailado
Não será mais encharcado.

Gota a gota
O balde enche até a boca
Uma película fosca
Sobre a madeira oca
Agora espelho d'alma
Derramou-se toda água
Olho meu reflexo com calma
Minha imagem em uma tábua
Sinto falta daquela outra
A da mente mais solta
Será que estou louca
Onde está a minha touca?

Diminui o ritmo do gotejo
Da goteira, só as marcas
Não tem mais gota
Nem pingo
Nada.

Orquestra d'água silenciada
Agora é a vez da bichara
Um rebuliço geral da passarada
A se divertir tomando banho na enxurrada
O Sol voltou para aquecer
A vida continua como tem que ser
Viver
Morrer
Esquecer.

Por Elita de Abreu, em 01/11/2013.


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